quinta-feira, 30 de abril de 2009

O 1º de Maio de há 35 anos



'Depois de uma semana vivida a 100%, chegou o dia 1º de Maio.

Era o primeiro dia do trabalhador em liberdade. Foi um dia fantástico. Naquela semana não tinha havido tempo para definir cores politicas, para criar quezílias. Só mesmo houve tempo para viver a liberdade.

Os presos políticos tinham sido libertados, os exilados começavam a chegar e as manifestações eram de alegria, de gritar 'Liberdade'.'



Foi assim que o meu Pai me descreveu o primeiro de Maio de 1974. 'Foi um dos dias mais lindos da minha vida como cidadão Português', rematou.



Eu também fui para a rua neste dia e descrevi assim o que guardei na minha memória



O meu Pai tem uma bandeira nacional que comprou nesse dia a uma velhota na Praça General Humberto Delgado. Desde esse dia a bandeira acompanha-o sempre.

Abril

Da Wiki:

Abril é o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. É por esta razão que surgiu a crença de que os amores nascidos em Abril são para sempre. Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril"




16 de Abril, Dia Mundial da Voz
22 de Abril, Dia Mundial da Terra
23 de Abril, Dia Mundial do Livro
25 de Abril , Dia da Liberdade
29 de Abril, Dia Mundial da Dança

Mês fantástico este!



Pois... Abril, águas mil
Nasceram Salazar e Hitler neste mês...
Não há bela sem senão.












terça-feira, 28 de abril de 2009

Há dias assim

Quando menos esperamos estamos a
fazer balanços da nossa vida sem saber porquê.
E o pior, ou melhor, disto é que acabamos por
ver as coisas de formas quem nunca havíamos visto antes...
e ficamos a pensar no que não foi e que nos podia levar onde não estamos agora...
mas a vida não tem uma tecla de rewinder...(in)felizmente.

Hoje não queria estar aqui, com quem estou e como estou.
Hoje só estou bem onde não estou a fazer o que não estou a fazer.
Há dias assim...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Será que vou bem?



Na próxima Sexta-feira casa-se a DP.

Apesar de já ter (quase tudo) comprado, decidi procurar na net dicas sobre 'O que vestir para um casamento'



Encontrei aqui, estas dicas:


Jamais usar branco. Essa é a cor do vestido da noiva.
Boa O meu vestido não é branco!

Nunca usar preto ou fatos com brilho durante o dia.
O meu vestido não é todo preto e não tem brilhantes.

Além de que revela pouca imaginação.
Será que tive imaginação? Continuemos...

Aventure-se com cores que lhe fiquem bem, em modelos diferentes que sejam adequados ao seu corpo.
Sempre tive a cor do meu vestido como uma cor que me fica muito bem... os outros também o dizem...

A simplicidade é sinónimo de bom gosto e elegância.
É simples, sim senhora...não tem folhos, nem lantejoulas, nem rendas... só um bordadinho...

Se optar pelo preto tente conjugar com outras cores, caso do vermelho.
Tem vermelho, sim. É a tal cor que me fica bem!

Estas duas tonalidades além de sensuais revelam uma forte personalidade.
Tenho forte personalidade (?). LOL

Vestir algo feminino mas não desrespeitoso.
Não é 'cinto', é vestido mesmo.

Respeite o tom da festa: formal, semi-formal ou informal. Nos primeiros os vestidos devem ser longos, brilhos e bijutaria já têm lugar. Já os restantes pedem indumentária pelo joelho e mais casual.
Formal, semi-formal com a DP? É para rir? Só não vai de sapatilhas, e não teria tanta certeza...

Os decotes devem ser disfarçados por lenços, écharpes… até ao final da cerimónia religiosa.
Tenho um xale, com 100 anos para me cobrir... se estiver frio...

Querem a prova? Só no Sábado... não vá algum convidado passar por aqui e copiar...

Fugitiva por umas horas

6h00: toca o despertador.
Primeiro pensamento: Não passa de hoje!
E não passou mesmo.

14h00: colocar telefone em silêncio e fugir...
Destino: Cabeleireiro

17h30: saída do cabeleireiro completamente recauchutada. Leve, leve...
Está a chover! Não interessa... que chova!

17h45: ligar telemóvel
25 chamadas NÃO ATENDIDAS! Azar...

Vamos para casa
Que bem que se está!
Que bom foi ser Fugitiva por umas horas
Que bom foi dedicar estas horas só a mim!

Tomorrow is another day!

domingo, 26 de abril de 2009

Um Brinde aos Noivos





Desta vaga de casamentos, ontem fomos jantar com o Sr De. Nós e mais 20 pessoas. Foi a forma que ele encontrou de partilhar com os colegas e amigos este momento tão importante da vida dele: o Casamento.

Foi um jantar muito agradável, num restaurante da Póvoa, onde tivemos direito a uma sala só para nós.

Tivemos assim uma noite bué de fixe ,
Houve cantoria , discurso e brindem, pois está claro... era o jantar do casamento do Sr De com a M!

Estiveram muito bem no seu papel: Estão estão a gostar?', Obrigada por terem vindo', 'Até , vamos dar mais uma voltinha'... aquelas frase batidas dos noivos nestes dias!

Claro, que foram acusados de nos usarem como cobaias.

Foi uma noite muito agradável que durou até às 2h30!

Um brinde aos Noivos. Vivam os Noivos.

Felicidades De e M.




Afinal já passou, foi no dia 19 de Abril...

Eu sabia que você fazia anos por estes dias. Não tinha a certeza da data... hoje descobri e descobri também que já passou!

Foi no dia 19 de Abril!

Quero deixar-lhe aqui os meu parabéns atrasados e um pedido de desculpas por me ter esquecido.
Estou a ficar velha e a minha memória de elefante já não é o que era...

Um grande beijinho
Reflexos

sábado, 25 de abril de 2009

Fashion Targets Breast Cancer 2009

Sem saber comprei-a no dia em foi colocada à venda, no dia 22 de Abril.
Pelo 4º ano consecutivo a Lanidor associou-se à Campanha da Fashion Targets Breast Cancer.

É uma t-shirt linda em algodão disponível em preto ou branco. Vende-se nas lojas Lanidor ou aqui e Custa 19.90€.


Vá lá, não custa muito. Não fique indiferente a esta causa.
Eu já é o terceiro ano que compro e acreditem que para além de estarem a ajudar uma boa causa, a t-shirt é linda!



A história da Fashion Targets Breast Cancer (da página da Lanidor):

Fashion Targets Breast Cancer é uma iniciativa internacional do Council of Fashion Designers of América (CFDA). O estilista Ralph Lauren foi o pioneiro deste projecto. A pedido da sua amiga Nina Hyde (colunista do jornal. The Washington Post e vítima de cancro da mama), criou um símbolo simples e atractivo que rapidamente se tornou numa representação simbólica da luta contra o Cancro da Mama. Em 1994, no decorrer da New York Fashion Week, várias modelos internacionais desfilavam na passerelle com uma t-shirt diferente. No centro estava um alvo…desse alvo nasceu o Fashion Targets Breast Cancer! Entretanto o criador cede os direitos do logotipo e da ideia à Fundação Council of Fashion Designers of América (CFDA), uma divisão filantrópica da organização que representa mais de 250 estilistas norte americanos. A partir deste momento existe um empenho em responder ao apelo de ajudar as mulheres, vítimas de Cancro da Mama e às suas famílias. O Mundo da Moda une-se por uma causa! O Fashion Targets Breast Cancer é já considerado a mais bem sucedida campanha de informação e angariação de fundos na luta contra o cancro da mama. Já foram alcançados mais de 100 milhões de dólares em merchandising e distribuídos mais de 40 milhões de dólares por diferentes associações de luta contra o cancro da mama.

Quanto Custa a Liberdade: Salgueiro Maia


O mérito pela forma como este dia correu é todo dele. Desde sempre ouço os meus Pais dizê-lo e quando comecei a ter a percepção dos acontecimentos fiquei com a mesma opinião.
No estrangeiro a nossa Revolução é enaltecida por isso, pela Revolução sem sangue!

Sobre ele, Sophia de Mello Breyner disse tudo aqui:


Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi "Fiel à palavra dada à ideia tida"
Como antes dele mas também por ele Pessoa disse


Falo de Fernando José Salgueiro Maia


Onde está o 25 de Abril?



Tanto se pergunta 'Onde estavas no 25 de Abril?'.
Eu pergunto: 'Onde está o 25 de Abril?'
Acabo de chegar do centro da cidade e NADA que assinale esta data!
O movimento ainda é menor que o dos outros sábados porque algumas lojas estão fechadas!

Já vi mais movimentações em primeiros de Dezembro, data não menos importante, mas convenhamos que mexe menos com as emoções.

Bom, espero que digam que eu vi mal, que pelo país inteiro há muitas pessoas a recordar esta data, blá, blá.

35 Anos

(foto tirada da net daqui)


35 anos passaram desde este dia, que parece ter sido ontem.

Foi um dia diferente, mas não muito para muitos e muito para outros. Para todos sim, foram diferentes os dias, as semanas, os meses, os anos que se seguiram...

Pessoas a saírem da prisão, a retornarem das colónias, do exílio da Europa... pessoas a poderem ser ouvidas pela primeira vez sem perderem a liberdade.

Palavras e nomes que estarão sempre associadas a este momento da história de Portugal: Salgueiro Maia, António de Spínola, Cravos, Largo do Carmo, Militares, Pide, Retornados, Paulo de Carvalho, Ary dos Santos, Grândola Vila Morena...

... e inevitavelmente a senha (Letras de José Niza, Música de José Calvário e voz de Paulo de Carvalho):

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Detesto Feriados ao Sábado


Pois, pois, Chuva, frio e até trovoada a partir de amanhã.
Melhora no fim do dia de Domingo e subidas de temperatura a partir de Segunda!
Um mal nunca vem !
Como se não bastasse termos um feriado ao Sábado ainda o mau tempo!

Detesto Feriados ao Sábado!

E mau tempo, claro!




De Faca e Alguidar

Palpita-me que hoje as audiências do noticiário da TVI ( 20h00) vai superar todos os recordes de audiência.
Ou não gostasse esta gente de 'sangue'...

A TVI pode agradecer ao Sr PM, José Sócrates...

Eu não tenciono ver, mas se mudar de ideias eu digo que vi.

Também não farei o jogo do que (nunca) vê essas coisas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Quanto Custa a Liberdade:Eleições


'O Papá?', perguntei naquele Domingo quando acordei.

'O Papá hoje teve de ir trabalhar', foi a resposta da minha Mãe.

Não gostei da ideia, até porque o Domingo de manhã era nosso, meu e dele. Enquanto a minha Mãe ficava em casa a tratar do almoço, íamos passear, tirar fotografias, à praia, andar de comboio, ver sessões de quadros... era nosso, o Domingo de manhã.

Saímos as duas. Pelo caminho a minha Mãe disse-me que íamos a uma escola, a escola que eu frequentaria nos tempos seguintes.

A meia dúzia de metros da dita escola, fomos abordadas por dois senhores de fato e chapéu. Começaram a falar com a minha Mãe, trocaram umas folhas de papel azul e estiveram à conversa com ela uns dez minutos.

No final, despediram-se dela com um aperto de mão, agradeceram-lhe, não sei bem o quê e continuamos caminho.

Na escola, as carteiras estavam arrumadas, havia um grupo de senhores atrás de umas mesas e ao centro de uma dessas mesas estava uma caixa, alta de madeira.

Fiquei tão deslumbrada como desiludida com a escola. Imaginei que ia ver uma sala de aulas com as carteiras todas alinhadas, o estrado, a secretária da professora, o quadro...

Não percebi muito bem o que a minha Mãe ali foi fazer. Demoramos pouco, dez minutos se tanto.

Voltamos para casa e estivemos as duas sozinhas: almoçamos, passamos a tarde a ver televisão, jantamos. Não vi o meu Pai naquele dia. Quando ele chegou, já eu dormia.

Foi um Domingo estranho, aquele.

Mais tarde fiquei a saber que aquele Domingo era um Domingo de eleições, que a minha Mãe tinha ido votar, que aqueles senhores eram da PIDE e que queriam confirmar que ela podia votar...

Nunca soube onde esteve o meu Pai naquele dia...


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Pokémons para o IRS


Hoje fui À FNAC comprar um livro para o meu compadre N que fez anos.
Estava na fila para pagar e a senhora que estava à minha frente pediu factura.
Enquanto o empregado emitia a factura os miúdos que estavam com ela começaram a mexes no que ela comprara: um livro da Anita e uma carteira de cromos do Pokémon.

Emitida a senhora foi embora e eu, enquanto pedia ao empregado para embrulhar o livro, perguntei-lhe: 'Porque é que esta senhora pediu factura? Os vossos recibos da caixa já provam o pagamento do IVA'.
'Pois é'. Respondeu o rapaz. 'Mas em determinadas actividades podem ser metidas nas contas do IRS os livros... técnicos'.
'Ah, pois, livros técnicos. Cromos dos Pokémons... '

Lembrei-me de uma história de um advogado que tinha metido nas despesas de material de escritório uma caneta Dupont que tinha custado umas centenas largas de euros...

Bem, eu aproveito as canetas que da publicidade... ou compro umas BIC a meia dúzia de cêntimos!

Há coisas que é melhor nem ver, nem saber... deixam qualquer um doente!

Dia da Terra

Hoje é o DIA Mundial da TERRA.


O Dia da Terra foi criado em 1970, pelo Senador norte-americano Gaylord Nelson, que convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição, protesto esse coordenado a nível nacional por Denis Hayes. Esse dia conduziu à criação da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). (...cont)

Lembrem-se dela, pelo menos hoje, e pensem como a preservar e melhorar... é possível.



Vejam aqui algumas dicas sobre como fazê-lo.

Não acham que NÃO devia haver?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Susan Boyle, os Diferentes e os Outros


Tenho resistido a falar de Susan Boyle.
Hoje quando o L me disse que corria na net a notícia de que ela é agora mais popular que Obama, fiquei a pensar:
O que se passa com o único ser dito racional deste planeta?
Andam atrás de quê?

Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, é o homem mais popular do planeta. Agora Susan Boyle, é a mulher mais popular do planeta...
Porquê? De que anda esta gente à procura?

Onde começou a popularidade de Obama? Por ser bom politico? NÃO! Porque era negro!
Porque é popular Susan Boyle? Porque canta bem? Sim?! NÃO! Porque é tida como uma pessoa feia. Porque tem um 'embrulho dito feio'!

E que aconteceu a ambos? Superaram as expectativas. Porquê? Porque eram diferentes, tentaram o que os 'comuns' tentam, chegaram, viram e venceram e agora o Mundo, com remorsos venera-os!
Obama será lembrado sempre como o 'Presidente Negro' e Susan Boyle será sempre conotada como a 'Feia'!

Ambos são vistos como a diferença e toda esta atenção que o Mundo lhes dá não será nada mais que a consequência de sentimentos menos bonitos: remorsos, vergonha. Sentimentos estes a que o mundo insiste em chamar 'esperança' no caso de Obama e 'fenómeno' a Susan.

Teria Obama chegado aqui se fosse branco?
Teria Susan toda esta popularidade se tivesse uma figura como a da Heidi Klum?

Claro que não. Mais um (candidato a) presidente e mais uma candidata no programa!

Na minha opinião ambos merecem o que tem, mas não porque...

Nova Vaga de Casamentos


Depois de uma vaga de casamentos, de baptizados e já divórcios, há uns três anos atrás voltaram os casamentos. Já nasceram crianças desses enlaces, mas baptizados ainda não houve (deixa-me estar calada...), divórcios também não...
Eis que sou surpreendida com uma nova vaga de casamentos...
Bom vamos lá, partilhar o momento com eles.
Que sejam muito felizes e, o que eu tenho a dizer sobre isto é que:

-Mesmo que o 'depois' só (quase) tenha coisas más, este dia fica marcado nas nossas memórias como um dos melhores da nossa vida.
Façam lá o favor de serem felizes, precisa-se.

Quanto Custa a Liberdade:Tens Razão!


Este puto reguila, é hoje um homem com 70 anos, que tem muitas histórias lindas de vida.


De puto irrequieto passou a adolescente rebelde.


O pai matriculou-o na escola comercial, sem saber se o rapaz tinha vocação, só mesmo porque o Sr Bacelar lhe prometeu um emprego no banco para o rapaz.


Inconformado, disse um dia ao pai que não gostava daquilo e que queria mudar para a escola industrial para estudar mecânica...


Não fosse o poço por onde ia a passar perto, estar tapado e malhava lá dentro, tal foi a força da bofetada que levou! A reforçar a bofetada ainda ouviu:' Se queres mudar de escola, vai trabalhar e paga tu os estudos!' 'Que vou dizer ao Senhor Bacelar!?', ouviu ainda um resmungo, enquanto Victor respondia: 'Está bem, até já arranjei!


Assim foi, deixou a escola comercial, matriculou-se na industrial e foi trabalhar para a Efacec como ajudante de serralheiro.


Rapaz sempre muito sociável, depressa conquistou a simpatia das pessoas de lá, uma delas o Engenheiro António Ricca, que a ele e a mais meia dúzia de rapazes, oferecia prémios em dinheiro aos que tiravam melhores notas. E nos dias de chuva, levava-os à escola. Sim era um Homem bom e bondoso, para aquela e todas as épocas. Afinal são características que não passam de moda!


Rapazes novos, informados, depressa as injustiças sociais começaram a ser motivo de interesse deles. Daí a começar a ler o Avante foi uma pressa. As greves, os avisos, as reuniões da praia de Matosinhos eram uma constante.


Conta ele, que quando havia greve os panfletos eram guardados nos tubos da bicicletas e que ele e os colegas tinham códigos para informar as fábricas das redondezas sobre as intenções das diferentes comissões de trabalhadores.


Com os amigos participou nas campanhas de Humberto Delgado e, no dia em que ele morreu fizeram luto!


Conta ele, que um dia a Pide o foi buscar à Efacec. Foi, cheio de medo. Esteve lá um dia, de pé, sem comer, sem beber. Ninguém lhe bateu, ninguém lhe fez mal, só perguntas, muitas perguntas, a que ele ia respondendo como podia...


Já noite cerrada, deixaram-no sair. Conta ele que começou a correr, sem olhar para trás uma única vez, tal era o medo!


Chegou a casa tarde, fora de horas. O pai esperava-o. Perguntou-lhe onde esteve. Respondeu vagamente, com mentiras. Pois safou-se da Pide, mas não de uma tareia de cinto do pai!


Era assim a vida naquele tempo. Tempos de ditadura, que começava portas adentro...

Por esta e muitas outras, a maior ofensa que se pode fazer ao Sr Victor é dizer q não vamos votar.
Fica furioso e diz: 'Vocês não sabem nada, tanto sangue derramado para isto?'. Vem logo um discurso de duas horas sobre eleições, campanhas eleitorais, do passado... 'Tens razão', dizemos nós. É que tem mesmo!


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pensar Alto: Dói-me a Paciência

Hoje um colega meu ouvi-me suspirar e perguntou-me:
-Que te dói?
Respondi-lhe de uma forma muito imediata:
-Dói-me a paciência!

Foi dito de rajada, sem muito pensar, mas sinceramente há mesmo pessoas e situações que nos ferem a paciência!

Quanto Custa a Liberdade


Estamos na semana em que se comemoram 35 anos da Revolução dos Cravos.

Foi o acontecimento mais marcante, para não dizer mais importante, das últimas décadas da História de Portugal.


Era muito pequena, em 74, mas lembro-me perfeitamente desse dia e de muitas das transformações na nossa sociedade depois dessa data.


Eu e os meus Pais vivíamos num prédio de 3 andares onde viviamos seis famílias. De algumas já falei, das outras hei-de falar. Era um prédio muito 'suis generis', digamos assim.

Nós vivíamos no terceiro esquerdo. Meu Pai, tal como os vizinhos do segundo esquerdo, eram funcionários da EFACEC. Tínhamos uma vida igual à de tantas outras famílias: o meu Pai saía de manhã para o emprego, a minha Mãe também tinha a vida dela, ora em casa a tomar conta de mim, ora a trabalhar. Os vizinhos do segundo esquerdo eram os dois colegas do meu Pai e tinham mesma vida dentro da normalidade que a minha família.

Fazíamos parte de uma classe, que na altura não era conhecida como tal, mas que hoje em dia se chamaria da 'classe média'. Vivíamos desafogadamente, sem sermos ricos e já tínhamos carro, coisa menos comum na época. O meu Pai, sempre grande amante de carros, tinha um Vauxhall Viva vermelho, que era o seu orgulho. Tinha sido o primeiro carro daquele modelo a circular em Portugal! O vizinho, esse homem mais desprendido dessas coisas e mais ligado a questões do intelecto, tinha um Carocha , que comprara em segunda mão depois de várias tentativas para tirara a carta de condução. Formas diferentes de estar na vida, mas que se cruzavam em muitos aspectos sociais, chamemos-lhe assim e que se descobriram mais tarde.

Quanto ao vizinho do primeiro andar, esse tinha como profissão conhecida, a de radio telegrafista e a esposa trabalhava no posto de saúde da freguesia. Tinham dois filhos e eram pessoas pouco sociaveis a quem as pessoas do prédio não davam grande confiança... nem mesmo as crianças brincavam connosco, mesmo frequentando o mesmo colégio do rapaz do segundo esquerdo.


Lembro-me de alguns episódios, infelizes, entre eles e nós e os vizinhos do segundo esquerdo, em que, apesar da minha tenra idade, mas conhecedora do carácter dos meus pais, fiquei admirada com a reacção deles.

Um belo dia, o senhor do primeiro andar decidiu, sem qualquer motivo aparente, colocar-se em cima de um escadote e, com uma tesoura, corta a cordas do estendal, que estava cheio de roupa, da vizinha do segundo andar. No final ainda se riu a boas gargalhadas na cara da vizinha. Nada foi feito! Estranho...

De uma outra vez mandaram a polícia a minha casa, alegando que a minha Mãe tinha a roupa a pingar para o pátio deles e os meninos, que estavam a brincar, apanhavam com as pingas. A minha Mãe, filha de um agente da autoridade, e conhecedora desde sempre dos seus direitos e deveres, fez alguma frente aos senhores agentes da GNR e não os deixou entrar em nossa casa. Foi complicado, pois queriam que ela os acompanhasse ao posto por desautorizar a autoridade. Só depois de ela ter usado o trunfo do nome de família, eles desistiram da ideia. Não satisfeitos, os vizinhos, viraram-se para o senhoria o obrigaram-no a fazer um coberto no pátio.


As coisas mudaram muito para essa família depois do dia 25 de Abril de 1974 e muita coisa ficou explicada. O senhor, que eu não me lembro do nome, era sim radio telegrafista, mas na PIDE, daí o meu Pai e o vizinho não lhe fazerem grande frente. As causas que eles defendiam, que vim mais tarde também a saber, precisavam mais deles cá fora do que presos na PIDE por um motivo menos: um estendal ou meia dúzia de pingas no pátio.


Pois, esse senhor, tal como muitos agentes desta polícia foram presos e foi ver a mulher, de cara em baixo, a tomar conta dos filhos e, imagem deprimente, tenho-a eu essa presente, era a dela aos Sábados à tarde carregada de sacos à espera do autocarro para ir visitar o marido à prisão!


Os meus Pais e os vizinhos, esses, ficaram livres, livres para viver as suas causas, que até então as viviam na clandestinidade, de uma forma muito discreta. Apesar disso, descobri mais tarde que as 'suecadas' em minha casa e na do vizinho até altas horas da noite não eram mais que reuniões políticas. O baralho das cartas era o álibi e as cartas estavam sempre espalhadas na mesa como se de uma suecadas se tratasse!


Postos a publico os ficheiros da dita polícia, o meu Pai veio a descobrir que estava referenciado como comunista. Como não tinham qualquer outras justificação... era porque tinha um carro vermelho! O vizinho, esse, recebeu, faz hoje 35 anos, uma carta para no dia 25 de Abril ir à dita polícia depor!


Bom, nem um nem outro eram santos, no que respeita à luta contra o 'Estado Novo', mas eram pessoas respeitadoras e nem sempre eram respeitadas por estas pessoas, que apesar das suspeitas, eram mesquinhas!


Claro que depois disto, o homem do primeiro andar ficou conhecido como o 'PIDE'. Nunca ninguém o tratou na mesma moedas. Simplesmente, deixaram-no viver a vida dele. Agora a adrenalina do meu Pai e do vizinho era a política a liberdade... o homem mais tarde ou mais cedo seria vitima do seu próprio veneno.

Se foi ou não, não sei. Quando saiu da cadeia, empregou-se como contabilista e alguns meses depois foram embora do prédio. Nunca mais o vi...

domingo, 19 de abril de 2009

Olhares:... e o dia esteve bom para...


Amor por Carta


Conheceram-se em Viseu. Ela estudava na escola do Magistério, ele estava de visita à irmã, que era colega de Zeca.
Como mandava o protocolo da época não se falaram da primeira vez que se viram. Só se viram, mesmo. Ela acompanhava Zulmira, a colega de quarto, que se ia encontrar na pastelaria da cidade com o irmão Filipe que estava de vista à metrópole.
Sim, Filipe não vivia em Portugal, vivia num país, de África, mesmo em cima da linha do equador.
Filipe há muito trocara uma promissora carreira académica por uma vida nas profundezas da selva, a conduzir um camião carregado de mantimentos para vender nas zonas mais recôndidas do país.
Ainda andou pelo Porto. Estudou na escola comercial. O passo seguinte seria a faculdade de economia, tal era a sua aptência para os números. MAs não, foi para África. teve uma vida dura, mas era do que gostava. Da aventura. Dos animais, das viagens pela selva... do imprevisto, da adrenalina.
Quando vinha a Portugal era para usufruir de longos períodos de férias, as acumuladas de dois ou três anos.
Visitava a família, os amigos, passeava e usufruía dos rendimentos. Sim, ele também gostava da contrapartida de luxos que a vida em África lhe dava quando ele vinha de férias.
Naquele dia, decidira ir visitar a irmã Zulmira a Viseu. Era a caçula da família, única rapariga de quatro irmãos. Fazia-o sempre que vinha a Portugal. Zulmira vinha com uma amiga, a Maria José.
As palavras entre ele naquele dia não passaram da conversa de protocolo, o da época, década de 50: 'Boa tarde', 'Muito prazer' e na hora da despedida um 'Foi um prazer'. E sempre que os seus olhares se cruzavam, tratavam de o desviar. o incómodo era mutuo. Não ficaram indiferentes um ao outro...

Zeca, como era conhecida entre a família, era a mais nova das três filhas de um capitão da marinha mercante de Ílhavo.
Depois daquele encontro, o seu coração não mais bateu da mesma maneira. Não lhe saia da memória o irmão de Zuzu.

O coração de Filipe também mudou de comportamento. Levou-o a, antes do seu regresso a África visitar a irmã mais umas duas ou três vezes.
De todas as vezes que se encontrou com a irmã, a Zeca, a amiga estava com ela. Ao fim do segundo encontro já tinham conseguido falar do tempo e se coisas do dia-a-dia das raparigas da residência.
Na véspera de regressar a África, Filipe foi visitar a irmã, ou antes a Maria José. O gelo já se havia quebrado e Filipe do encontro anterior ousara pagar o lanche de Zeca. Sim, naquela época pagar o lanche a uma rapariga era uma ousadia, que as raparigas, mesmo gostando, teriam de se sentir ofendidas. Zeca e Filipe fizeram o seu papel, sob o testemunho de Zuzu que se ria em silêncio de todo aquele jogo de sedução.

Trocaram moradas, Filipe regressou para África e do outro continente, por carta, pediu Zeca em namoro, mais tarde em casamento e foi ainda por carta trocadas entre os dois continentes que combinaram os detalhes do casamento, que seria por procuração, e da ida de Zeca para África.

Casaram, aliás Zeca, casou na Igreja Matriz de Ílhavo com um tio, a quem foi passada a procuração. Foi uma cerimónia bonita, digna da filha do Sr Capitão, homem de posses que dera às filhas sempre do bom e do melhor, onde só faltou mesmo o noivo.

Dias depois do casamento Zeca partiu para África. Filipe tinha tudo preparado até ao pormenor. Zeca seria tratada como uma princesa.
Porém a vida em África não foi um conto de fadas. Calor e solidão eram duas grandes condicionantes para que Zeca começasse a sentir saudades da família, da escola, dos pais, de...tudo. A Família mais próxima morava dez quilómetros deles. Filipe, nas épocas em que ia visitar clientes mais longínquos, passava as noites fora.

Era triste, a solidão sentia-se cada vez mais. Aguentou-se, até um dia, o dia em que Zeca engravidou. Não podia estar sozinha naquele 'fim de mundo'!
O negócio de Filipe começou a corre mal. Zangou-se com o patrão. Tudo a favor do regresso a Portugal. Iam regressar. Que fazer? De que viver? Zeca podia dar aulas, mas estava grávida. Filipe não tinha profissão... e agora?
Mesmo assim regressaram, a reconciliação com o patrão tornou-se impossível. Zeca não queria mais viver ali. Não era sitio para criar os filhos... os filhos que iriam tardar em chegar.
Dias antes de regressarem, Zeca abortou. A ansiedade e o clima foram dados como desculpa. Em Portugal, teria certamente mais serenidade e brevemente engravidaria, era a convicção deles.

Quando chegaram a Portugal, a primeira tarefa, depois de se instalarem na casa do Capitão, trataram de arranjar emprego. Zeca foi colocada em Avanca, uma aldeia, na altura a norte de Aveiro, terra de Egas Moniz, o Nobel da medicina.
Uma nova vida começou Zeca e Filipe. Os filhos faziam parte dos seus sonhos, mas esse sonho tardava em chegar.
Enquanto isso Zeca dedicava-se de corpo e alma ao ensino, enquanto Filipe começava a ficar impaciente com a falta de emprego.
O emprego surgiu. A fábrica de chocolates estava a precisar de um guarda-livro. Filipe concorreu e ficou com o emprego.
A vida começava a melhorar, a estabilidade começava a ser uma realidade.
Mas a história não acaba aqui, pelo contrário, só começa... muito mais será dito num outro dia... a conversa já vai longa...

( história ficcionada por mim)

O Pão do AC

Algo de fenomenal aconteceu na passada sexta-feira: O AC, um colega de trabalho, no espaço de uma semana, sim, uma semana, comprou uma MFP, desembalou-a, leu as instruções e fez um magnifico pão. Pronto foi com as farinha do LIDL, daquelas que é só juntar água, mas fez e... que bom que estava!

Claro que seria uma situação perfeitamente normal, não se tratasse do AC, para quem este 'timing' para colocar uma MFP a funcionar. E quem o conhece compreende perfeitamente toda este aparato em torno do seu feito. É notícia sim senhora... afinal é o AC, não é qualquer um...



Vejam só o pão dele, se não valeu a espera:
Parabéns AC, pela tua 'ousadia' e pelo pão. Tenho a dizer que foi unânime o feedback de quem o provou ( o pão). Estava óptimo.

Adenda: Ele está quase fazer anos. Sugestão para prenda: oferta de uma caixa plástica, vulgo Tupperware, onde caiba um pão feito na Máquina Biffinet ( a do LIDL)... é que nós fomos privados de uma parte do pão... ele teve de o deixar em casa, pois não cabia na caixa!

sábado, 18 de abril de 2009

Hoje

Chuva, temperaturas baixas... é o que nos espera!

Se não podes com eles, junta-te a eles.
É o que vou fazer.
Vou dar de comer ao Bono e à Tigra. ( O Bono está a pedir há alguns minutos).

... e vou apanhar ar... neste caso com chuva....

Vou procurar os sapatos para levar ao casamento da Diana... não dá muito jeito ir descalça... o casamento é no dia 1 de Maio e no próximo Sábado é feriado...

Pronto foi um post sem miolos... às vezes sabe bem fazer as coisas sem pensar muito fundo.... a mente também tem de descansar... oh se tem!


Precisa-se, reforço eu...

O Bono não se cala mesmo. É que ele tem um ladrar para casa coisa... está com a versão em que pede comida...

Ah, estou a ver na TV que em Santa Maria da Feira vai haver uma recriação dos 200 anos das Invasões Francesas... quem por lá passar ou estiver, é de ver... ver a nossa história recriada é sempre interessante.

Não liguem à chuva... se não lhe dermos importância ela vai-se embora... é como as pessoas chatas, se não lhe ligarmos elas cansam-se e vão embora...

Bem até logo... Ai Bono espera-me...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vou começar o FDS assim... eu e o tempo

Que alguém me tire uma dúvida:

É mesmo verdade que estamos em Abril? E que estamos na Primavera?


Sim, eu sei: Abril, águas mil... e o frio faz parte?



A propósito, eu estou como o tempo. Cinzenta... a fugir para o preto. Assim

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Os altares são calvários


Coloquei aqui e aqui, as imagens dos calvários e chamei-lhes 'altares'.

Apesar de a palavra não me soar muito bem, deixei assim...

Hoje no dentista, o melhor sítio para me lembrar do verdadeiro nome, lembrei-me que os altares se chamam 'calvários'.

Tudo a ver... afinal ir ao dentista é um 'calvário'!

Futebol outra vez, NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!
Serviço publico, isto?
Então não quero!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Olhares: Beleza Pura


04 de Abril de 2009, do meu jardim.


Chamei-lhe 'Beleza Pura'

Publicada no Olhares, hoje.

História a qu4tro mãos


O blogue "História a qu4tro mãos" surgiu praticamente ao mesmo tempo que o Outras Escritas e o Desvios.
Tudo começou em conversa sobre o nosso gosto pela escrita e o facto de nunca ter sido possível escrevermos nada em conjunto.
Escrever e publicar foram sempre para nós sonhos adiados. Com o advento dos bogues, tudo se tornou mais simples e os sonhos começam a tomar forma e a concretizar-se.
É neste contexto que criámos o "História a qu4tro mãos", um blogue onde pretendemos escrever um livro em conjunto, e que convidamos todos os leitores do Outras Escritas e do Desvios a visitar.
Publicado também nos Outras Escritas

Mau Tempo


Abril, águas mil.
Diz o ditado.



... e frio,
digo eu e confirmo:
12 ºC às 19h32m,




terça-feira, 14 de abril de 2009

Prenda das Tias

Hoje recebia a(s) prendas das Tias.
Lindas... eu que nem gosto destas coisas. Que horror...





Adorei a carteira que me deram ( o L. só perguntou como é que elas adivinharam que eu não tinha aquele modelo e côr no meio da centena e meia que tenho), adorei o cinto e o livro de jardinagem...



E gostei aida mais das dedicatórias. E ainda mais das que não puderam escrever e me enviaram por email. Vejam só.


Da Ró:



A jardinagem toma uma posição cada vez mais popular na vida da tia Cris!… E um jardim é como uma povoação, pode conter tudo, desde a mais pequena casa até à maior vivenda, …tudo é valorizado (nas mãos da Cris, claro!...)


Como a Primavera é por excelência a estação do ano dedicada aos jardins, aqui vai um manual para consultar pois há

Muitas tarefas a executar
E alguns cuidados a ter
Podar, plantar e regar,
E a adubação para fazer.
São pragas para controlar
Floreiras para escolher
Canteiros para projectar
Cercas e vedações para fazer
E, a Primavera está a passar.
E as plantas a florescer...
E os nossos olhos para admirar!....


Para o ano, prometo dedicar 14 minutos, para ver se sai melhor… Espero que tenhas gostado (do manual, claro…)


Adorei o manual, a dedicatória e este tempo já foi delicioso... obrigada.

Da Becas:


no dia 10.04……
nasceu uma menina
de olhos e cabelos castanho escuro
os pais resolveram chamar-lhe Cris
que confirma o seu sentimento mais puro


Das outras, não me enviaram email, mas tenho-as no livro.


Um Obrigada do tamanho do MUNDO, suas Malucas.

O Tricôt

Lembrei-me dela pela primeira vez depois de um longo período em que esteve hibernada na minha memória. Foi no Domingo passado, que me lembrei da Elisabete, Beta para os amigos. Lembrei-me quando vi numa série de TV que retrata a nossa vida, a dos Portugueses e de Portugal, durante o Estado Novo. E lembrei-me porque nessa série havia uma máquina de tricotar igual à dela, atrás da qual eu a vi sentada tantas vezes. Dela tirou o sustento da família durante anos. Nela investiu a sua grande criatividade e ela saíram lindas peças que realizaram os desejos de muitas pessoas.
Há uns tempos atrás a minha Mãe disse-me que ela tinha morrido. Perguntei-lhe de quê. Não me soube dizer de quê, nem porquê. Eu não acreditei. A notícia era vaga e pareceu pouco consistente. Também não voltei a perguntar. Não quis saber, não fosse a minha Mãe ter agora algo de mais consistente para me dizer e eu ter de enfrentar a realidade. Não vale a pena. A ser verdade, a sua morte, nada fiz na hora e agora de nada adiantaria eu saber ou não.

Lembrei-me dela numa fase da vida dela menos boa, em que a mãe estava presa a uma cama com uma doença terminal. foi-se abaixo, muito abaixo. O seu peso foi a imagem disso. Mais tarde confessou que nos dias a seguir à morte da mãe pesava 42 kg. 42 kg distribuídos por 1,80 de mulher. Pouco, muito pouco. Os filhos foram a sua tábua de salvação. Depositou todas as suas energias neles.
Ainda não estava refeita do abalo descobriu o pior que uma mulher pode descobrir. Que era traída. Que o marido tinha uma amante. De quem foi a culpa? Dela, que tirou tempo ao seu casamento para dedicar à mãe? Não, ela não aceitava tal coisa. Mãe é mãe e para uma mãe não se tira tempo de lado nenhum nem de ninguém. Mãe tem o seu próprio tempo.
Foi-se abaixo novamente. Toda uma vida de trabalho, uma casa feita com o esforço de kilometros de lãs e dias a fio atrás da máquina de tricotar.
Separou-se. O marido saiu de casa, ou ela convidou-o a sair. Falando a voz do povo, ela -lo fora de casa!
Entretanto mudei de cidade. Deixei de a ver. Notícias dela passei a tê-las pela minha mãe, que entretanto a perdeu de vista.
A última foi a da sua morte. Notícia pouco consistente esta. Eu quero que assim continue. Não quero saber mais. Quero acreditar que foi alguém que disse sem saber de quem falava. Quer acreditar que um dia vou a S. Mamede e vou encontrar a Beta na pastelaria a tomar o seu cafezinho. Quem sabe com os netos à sua volta. E eu vou dar-lhe um abraço muito apertado e vou perguntar-lhe: 'São teus netos?' Filhos do Romeu ou da Romy? Da Romy? Ainda me lembro de ti grávida dela... como o tempo passa...
Não é isto que se diz sempre?

Soeiro Pereira Gomes

Faz hoje 100 anos, que em Gestaçô, nasceu Soeiro Pereira Gomes.


Homem singular da nossa cultura, este, quer pela sua forma de estar na sociedade, quer pela escrita.








Da wiki,


Soeiro nasceu em Gestaçô, concelho de Baião, distrito do Porto.
Viveu em
Espinho, dos 6 aos 10 anos de idade, onde recebeu a instrução primária e onde passou o Verão nos primeiros anos da sua vida [1]
Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e, quando finalizou os estudos, viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano.
Quando regressou a Portugal, foi habitar em
Alhandra, onde vivia o seu sogro, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, onde começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.
Mas foi o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do
realismo socialista em Portugal. Com apenas 20 anos, em 1939, começou a publicar escritos seus no jornal «O Diabo», à época uma publicação progressista que constrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.
Entre os seus trabalhos conta-se a obra
Esteiros, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada, na sua primeira edição, por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.
Devido à condição de militante comunista, Soeiro passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de
Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante até adoecer com tuberculose, agravada pelas dificuldades da vida clandestina. Impedido, pela clandestinidade, de receber o tratamento médico que necessitava faleceu a 5 de Dezembro de 1949.
Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a infância. Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL"


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Fusão

Pois, antes deste blogue, tive (tenho) um outro, privado. Quando criei este foi com o intuito de comunicar com exterior, mas ser mais light na forma como 'expunha' as minhas emoções.
O outro, de nome 'Espelho Meu' ( daí eu ser Reflexos), foi ficando para trás, pois este foi gastando todo o meu tempo.
Ontem resolvi importar para aqui os posts do outro blogue. Tenho andado desde aí a eliminar os duplicados e a censurar' algumas coisitas. Pois agora este blogue tem posts de 2007...
A seu tempo irei 'linkando' os posts mais antigo... afinal só uma pessoa os leu, para além de quem os escreveu...
Entretanto, para ajudar à festa, decidi remodelar este... confusão total...
Tenham paciência, que eu estou a perdê-la :-)))

Não Havia Necessidade!

Há alguma necessidade de tanto foguete?
Os Focinhos estão desesperados com os foguetes... eu também, porque já não posso ouvir tal barulho, aliás nuncoa suportei; e porque não posso fazer nada pelos animais...

Não havia necessidade...

domingo, 12 de abril de 2009

Crise, Lendas e Mitos para explicar a Realidade

Quando se fala tanto de crise, é natural que surjam teorias para a explicar, combatê-la, acabar com ela. Enfim, será este 'estado' social motivo para tudo.

O problema é que quando não há explicação para os fenómenos, faz-se o que já os antigos faziam: criam-se lendas, mitos, superstições, enfim.
Os nossos tempos não são diferentes. Uma prova disso, sobre a Crise:

"Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente.

Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes.
Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.
As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha.
Foi necessário também adquirir um fJoke,ogão maior para atender uma grande quantidade de fregueses, e o negócio prosperava... Seu cachorro quente era o melhor de toda região!
Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país.
Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele: - Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo.
A situação do nosso país é crítica. Esta tudo ruim. O mundo vai quebrar.
Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou: bem, se meu filho que estudou economia, lê jornais, vê televisão, acha isto então só pode estar com a razão.
Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e claro, pior) e começou a comprar salsichas mais barata (que era, também, a pior). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada.
Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.
Tomadas essas “providências”, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor escola, quebrou.
O pai, triste, então falou para o filho: - “Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise.”
E comentou com os amigos, orgulhoso: - “Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise... “

Eu acrescento para dizer "VALIA A PENA PENSAR NISSO"

Páscoa à porta da Cidade

Tapetes de flores nos passeios, portas abertas, casas imaculadamente limpas e roupas novas.
Imagem única no ano.
Ouve-se desde a meia-noite o som dos foguetes, o cheiro à pólvora queimada entra-me neste momento pela porta adentro e a vizinhança está toda na rua.
Daqui a nada Cruz passa, as portas fecham-se e as pessoas voltam a recolher-se para se juntarem à volta da mesa para o almoço de Páscoa.
Depois do almoço as crianças voltam para a rua, desta vez para brincar, mas com cuidados redobrado. A roupa é nova! Não vale sujar nem estragar...

É assim a Páscoa numa freguesia igual a tantas outras à porta de uma grande cidade.

sábado, 11 de abril de 2009

Pensar Alto: Amigos

Complicado quando os nossos amigos não estão bem e nós, para além de pouco podermos fazer, temos medo de não encontrar a fronteira entre a intrusão e a ausência.

Malucos do Riso

Normalmente quando vou a caminho do emprego, de manhã levo o rádio sintonizado na Antena 3. É a hora das rubricas do Nuno Markl. Há uns dias atrás ele, num à parte, fez referencia à 'inovação' feita na nova série do programa 'Malucos do Riso' da SIC: passagem de anedotas em roda-pé, enquanto passavam os sketchs das outras anedotas.
Nunca vejo o programa, mas fiquei curiosa, pois o Nuno dizia que era quase impossível de acompanhar as duas anedotas.
Um dia destes, na quarta ou na quinta, cheguei a casa e estava a dar o dito programa. Desafiei o L a fazer o exercício juntamente comigo.
Bom, não passaram cinco minutos,estávamos convencidos. Nem sketch, nem roda-pé, estávamos a começar a ficar tontos e, ainda por cima, nas anedotas em roda-pé usam palavras e frases enormes!
Bom, como não quisemos ficar malucos, mudamos de canal...
De quem terá sido esta 'fantabulástica' ideia?
É que não dá mesmo. Alguém consegue?

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A Prenda




Barriga cheia, anti virus instalado, alguns SWs para facilitar as coisas 'et voilà... C'est très joli'.




A da Mamã, do Papá e dos Amigos ainda estão para vir.


Claro que as mais importantes já vieram. Lembrarem-se de mim e encherem-me de mimos, muitos mimos... muitos, mesmo. Vejam só um exemplo, do meu Graaaandeeee Amigo Alberto.

Páscoa em Braga:Procissão do enterro do Senhor

A do Ecce Homo, a dos Farricocos não saiu ontem devido à chuva, sairá hoje à mesma hora.
Escolham, ou vejam as duas... ou nenhuma, se o S. Pedro assim o quiser.

É assim, Carnaval na rua, Páscoa em casa....


Hoje é dia da Procissão do enterro do Senhor.
É uma procissão um bocado 'pesada', pois é uma cerimónia fúnebre!

Sai da Sé Catedral às 22h00

Organizada pelo Cabido da Catedral, Irmandades da Misericórdia e de Santa Cruz e Comissão da Semana Santa, esta imponente procissão - de todas a mais solene e comovente - leva pelas ruas da Cidade o esquife do Senhor morto. Acompanham-no aquelas e outras irmandades, cavaleiros das Ordens Soberana de Malta e do Santo Sepulcro de Jerusalém, Capitulares da Sé e autoridades. Vão também os andores de Santa Cruz e da Senhora das Dores.

Em sinal de luto, os Capitulares e os membros das Confrarias vão de cabeça coberta. Para mostrar a sua dor, as figuras alegóricas ostentam um véu de luto. As matracas dos farricocos vão silenciosas. As bandeiras e estandartes, com tarja de luto, arrastam-se pelo chão.

A procissão percorre o seguinte itinerário: Sé, Rua D. Gonçalo Pereira, Largo de S. Paulo, Largo de Paulo Orósio, Rua do Alcaide, Campo de Santiago, Rua do Anjo, Rua de S. Marcos, Largo Barão de S. Martinho, Rua do Souto, Largo do Paço, Rua D. Diogo de Sousa, Arco da Porta Nova, Av. S. Miguel-o-Anjo, Rua D. Paio Mendes, Sé (ver mapa).

10 de Abril, relato de um nascimento

Há já alguns anos, este dia foi Domingo de Páscoa e, numa freguesia do Porto, em Campanhã, nasceu a primeira e única filha de um jovem casal.
O parto não estava previsto para essa data, só para a semana seguinte.
Naquele tempo também não havia ecografia. É que já foi mesmo há muito tempo! Nada se sabia sobre o bebé, que poderia ser 'bebés', tal era o tamanho da barriga. Rapaz ou rapariga? Também não se sabia. Só que havia numa terrina, em casa da jovem mamã, duas notas de 50$00, fruto de uma aposta entre o avô materno, que dizia ser rapariga e o marido de uma prima, que , tal como o resto da família, dizia ser rapaz.

Bem, não era só bem o avô materno, o Avô Reis, quem queria uma menina, a Avó Rosa, a mãe do Pai, também queria uma menina. A sua paixão por meninas, levou-a a tentar uma gravidez aos 45 anos atrás da menina. E teve-a, e foi a menina dos seus olhos.
A jovem Mãe, começou com as dores de parto no fim da missa, à saída da capela, onde no Domingo anterior tinha caído escadas abaixo e parado só nos braços de um amigo do Avô, que ao aperceber-se da queda, correu para o fundo dos mais de 30 degraus de pedra para a amparar. Sim, foi milagre, nada ter acontecido naquele Domingo!

As dores começaram no Domingo de Páscoa, no final da missa. Foram para casa. As mulheres prepararam o almoço. A jovem Mãe sempre que tinha dores ia até ao quarto de costura, fincava os rins na mesa da máquina de costura, fazia força, as dores passavam e ela voltava para a cozinha. Esteve nisto até depois de almoço. A meio da tarde, não pode mais. Procuraram uma parteira. Não havia. O bebé era grande. Que fazer? O melhor que arranjaram foi uma ajudante de parteira. O Pai foi para o Paz e Sossego, o grupo recreativo da freguesia, ver televisão. O Avô foi para o fundo do quintal fumar o seu cigarrito de mortalha.
Ficaram mãe e filha. As dores começavam a ser maiores. A ajudante de parteira apareceu. Três mulheres e um bebé... ou dois.
A jovem não sabia como era. Ninguém a ensinou. Estava a seguir as instruções da mulher. Mas também aprender com quem? É uma coisa natural, faz parte da natureza da mulher. Não tem que aprender... Era assim naquele tempo. É que já foi há muito tempo, o suficiente para muitas coisas mudarem.
Oito horas da noite, mais coisa menos coisa, nasceu o bebé. Passou um avião. Chove torrencial mente. Chamam o Quim, o rapaz que vivia em casa dos avós.
Mandam o Quim ir chamar o Pai ao Grupo. Mandam vir o Avô do fundo do quintal.
A Avó pega no bebé. A Mãe respira de alívio. Não, não pode ainda. A placenta? Não saiu! E agora? Não pode ficar lá!
Mais esforço. Mais força. Mais espera. O Pai chega. Olha para o bebé. A Mãe com as poucas forças que ainda tem, diz: 'Olha o bebé!' 'É uma rapariga...' Responde Pai, pouco animado.
MAs a placenta não saiu! E agora? Chamar a ambulância? Tentar de novo? Mais uma tentativa. Saiu!
Que bom! Está tudo acabado. Não! Não há roupa para o bebé. Ninguém contava que nascesse neste dia, só a 22 ou 23 de Abril...
O Pai vai buscar o saco que ficou, pronto, em cima da cama do bebé.
A Avó embrulha a bebé num lençol branco e embrulha-a num cobertor. Não pára de chover. Chama a Avó Rosa, que vive na rua ao lado. Vem a tia Alice, a menina da avó. 'Que linda menina. É parecida com o Pai, mais com a tia Alice. É morena, tem cabelo preto e é gorducha. Pesam-na na balança da cozinha. O Avô, dono de uma paciência única faz isso. 4,200 kg.
O Pai começa a encantar-se com a bebé. Nome? Depois escolhemos, diz ele. A Avó Bina não a larga. A Mãe está cansada, exausta.
'Ó Tio, de onde veio o bebé?'-pergunta o puto Quim.
'Veio naquele avião que passou quando eu te disse para ires chamar o Victor'-respondeu o Avô.
'Mas eu não o vi aterrar aqui...'
'Pois estavas distraído'-respondeu o Avô com um sorriso maroto.