quarta-feira, 9 de abril de 2008

Amanhã..faço anos

Pois é, amanhã cá vem mais um para cima do pêlo!

A idade é uma coisa engraçada! Como as coisas mudam com o avançar da idade!
Ficamos menos permeavéis a lamechice e pedinchices...Não é que eu seja muito de fazer donativos e essas coisa, pois sempre achei que o que eu estava a dar só uma pequena percentagem ia parar ao destino e pelo meio um sem número de pessoas estavam a encher-se! Mas agora estou impossível! A única coisa para a qual vou contribuindo é o cancro da mama..não consigo ficar indiferente...mesmo sabendo que do que eu dou só 10% lá chegam!
E acreditar nos outros? Também confesso que fui sempre para o desconfiado, mas houve uma fase da minha vida, que achando que era um pouco dura, me tornei muito coração de manteiga...era como que a redimir-me, mas agora? Não quando era miúda é que estava certa...não podemos acreditar em (quase) nada do que nos dizem!
Passamos a reagir a menos coisas e mais com a razão e menos com o coração...isso é bom, muito bom! Não sofremos, nem nos penalizamos pelo que fizemos a quente... se bem que continue a achar que só nos devemos arrepender do que não fizemos... desde que seja com a razão e não com o coração... decididamente o coração e a emoção leva-nos por maus caminhos!
Nisso a minha mãe é artista... e a minha avó do alto dos seus 92 anos é o topo!Tanto uma como a outra sempre as conheci muito pouco emotivas...sempre foi preciso muito para que elas se emocionassem...e se deixassem levar!
Em Outubro passado, um tio nosso faleceu, tio esse casado com uma irmã da minha avó! Como é uma das poucas datas que não escolhemos na vida, ele morreu depois de doença prolongada e, ironia do destino, não tinha lugar no cemitério da terra dele.
Como a minha avó tem um jazigo grande no mesmo cemitério, disse À minha mãe para falar com a minha avé e assim o tio seria a li enterrado. A minha mãe desde o primeiro minuto disse que não, que traria muitas confusões...mostrou a mesma posição até ao fim, insistindo que quem tinha que resolver era a junta de freguesia e que se cedesse na permissão as irmãs iriam ter problemas...
A situação resolveu-se sem a necessidade de usar o jazigo da avó e, não é que passados dias andavam as irmãs a trocar 'hostilidades' em relação à 'decoração' dos jazigos?
A minha mãe só disse: É assim como está, imagina agora que estavam a partilhar o jazigo! Tive que lhe dar razão!


Mas, pronto estou a falar dos meus anos e não de jazigos. Confesso, como toda a gente, que a ideia de envelhecer é assustadora...é o fósforo que se vai queimando até apagar. Engraçado, quando era miúda comparava a vida a um lápis! Afiava-se, afiava-se, até que desaparecia...lá está a simplicidade de uma criança!

Voltando ao envelhecer...mas também é algo que não me atormenta, nem me tira o sono!
Desde há uns tempos a esta parte, venho tentando 'educar-me' para ver sempre a parte boa das coisa...se não há boa, há pelo menos a menos má!
Uma das minhas teoria é que a minha esperança de vida é a minha Avó... ela tem 92 anos!
Outra é que estou a chegar aonde outro não sabem se chegam!
... e tenho o jantar a queimar...amanhã faço anos e vou tentar passar um bom dia ( normalmente choro sempre no dia dos meus anos...sem motivo aparente!)

Beijos

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