‘Bom dia, D. Luísa. ‘
‘Bom dia Sr. Francisco. Está um lindo dia hoje. ‘
‘Pois está. Deve ser por a primavera estar para chegar. ‘
‘Prima Vera?! ‘ Eu tenho uma prima Vera? ‘, Pensou Ricardo enquanto a mãe falava com o Sr. Francisco da frutaria.
‘Bom dia D. Luísa, bom dia Sr. Francisco, olá Ricardinho. ‘-Era a D. Alice que acabava de chegar. -‘Está um lindo dia, o de hoje. Vê-se logo que a primavera está para chegar…’-continuou D. Alice.
‘Caramba’-pensou Ricardo-‘A D. Alice também tem uma prima Vera?! Ou será que é a mesma?’
Faltavam dois dias para a primavera. O dia estava digno da véspera da chegada da nova estação. Estava um sol radioso, a temperatura rondava os 24ºC e corria uma brisa agradável.
As pessoas andavam na rua sorridentes. Depois de semanas de chuva e frio, o sol resolvera dar o ar da sua graça, o que trouxe sorrisos ao rosto das pessoas. Até Ricardo, que ao Sábado de manhã tinha por hábito ficar em casa a ver televisão, enquanto o pai dormia e a mãe saía para fazer compras; quando acordou e sentiu o sol entrar-lhe pelo quarto adentro, decidiu que iria com a mãe à rua.
‘Bom dia Luizinha. Olá Ricardinho. Hoje vieste às compras com a mamã? ‘-era a D. Perpétua, a vizinha da avó.
‘É veio, está um dia tão bonito, que até ele quis vir comigo’-respondeu Luísa.
‘Fizeste tu muito bem. Está um dia mesmo muito bonito! Já estávamos a precisar! Deve ser da primavera estar aí a chegar! ‘-rematou D. Perpétua.
'Prima Vera. A D. Perpétua também tem uma prima Vera!? Mas a avó Celeste sempre disse que ela não tinha família! Ah, já sei, deve estar a falar da nossa prima. Afinal ela é como se fosse da família e conhece toda a família da avó...'- pensava Ricardo enquanto caminhava ao lado da mãe.
Era hábito Luísa, a mãe de Ricardo, encontra-se com as tias Ana e Margarida ao Sábado na Brasileira. Quando lá chegaram, elas estavam sentadas na esplanada.
'Bom-dia'- disse Luísa- 'Então hoje resolveram vir para a esplanada?!'
'Bom-dia. É está um dia tão bonito. É a Primavera que não quer que nos esqueçamos que ela chega hoje!'- Respondeu Ana.
'Então Ricardo, é por chegar a Primavera que resolveste vir com a tua Mãe?-perguntou Margarida.- 'senta aqui ao pé de mim'- concluiu.
Ricardo sentou-se e, enquanto as três mulheres conversavam, ele, que bebeia o leite achocolatado da praxe, ia pensando na 'prima Vera': 'Como será ela? Nova, velha. Será bonita? Porque é que eu não a conheço? Ela é minha prima, toda a gente conhece, menos eu! … E nunca veio a nossa casa!'
Tomado o café e bebido o leite achocolatado era hora de voltar para casa.
Quando chegaram a casa, Ricardo foi ter com o Pai que cortava a relva do jardim e perguntou-lhe:
'Ó Pai quando chega a prima Vera?'
O Pai desligou a máquina e perguntou ao mesmo tempo que lhe pedia para repetir a pergunta, pois não ouvira com o barulho da máquina.
'Quando chega a prima Vera?'. Repetiu Ricardo quase a gritar, sem necessidade agora, pois a maquina estava desligada.
'A Primavera? Já chegou. Chegou às 11h30m...
Ricardo sem querer ouvir mais, desatou a correr para dentro de casa, perante o ar de intrigado do Pai.
Entrou dentro de casa, pela porta da cozinha, onde a Ma~e arrumava as compras, e ia dizendo, enquanto atravessava a cozinha em direcção à sala:'Onde está ela?'
A Mãe parou de arrumar as compras, foi atrás dele até à sala, onde ele parou a olhar para todos os cantos da sala.
'Que se passa, filho?-perguntou a mãe.
'Onde está ela, mamã?'
'Ela quem?! Aqui em casa só estamos nós e o papá!'
'Mas o Papá disse que ela tinha chegado às 11h30m'!
A Mãe, surpreendida, vira-se para o Pai, que entretanto tinha vindo a dentro de casa, para tentar perceber a causa da reacção do filho.
'Ó Jorge, quem chegou às 11h30m?'-perguntou a Mãe.
'Ninguém. Não veio cá ninguém!-respondeu o Pai, cada vez mais intrigado...
'Ó Pai, eu há bocado perguntei-te se ela já tinha chegado e tu disseste que chegou às 11h30m... agora dizes quer não chego ninguém?!'
'Ó rapaz, tu perguntaste-me pela Primavera e eu disse-te que chegou às 11h30m... foi o que ouvi n rádio antes de ir lá para fora!'
'E onde está ela?'
'Ela quem?'-perguntou a Mãe.
'Vocês estão a brincar comigo. A nossa prima!'
'A nossa prima?! Mas que prima?'-voltou a perguntar a mãe.
Esse momento o pai larga uma sonora gargalhada e, entre risos, diz: 'Já percebi!'. És mesmo um patetinha! Tu não vês que quem chegou foi a Primavera, a estação do ano e não nenhuma prima nossa chamada Vera?'
A Mãe, quando percebeu, desatou também a rir e, virando-se para Ricardo, diz:'Ó Filho, é a estação do ano!'
Ricardo olha para o Pai, para Mãe, que não paravam de ir e diz:
'Pois é, a Primavera... a estação o ano!'
Ficção (da mais rebuscada) para a Fábrica de Histórias
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