terça-feira, 20 de maio de 2014

Às vezes...

Ponho-me a pensar no que foi a minha infância e fico sem saber o que pensar sobre certas e determinadas coisas!

Era rebelde, teimosa, mimalha.
Era gorda, boa aluna, despachada.

A parte da 'gorda', hoje seria motivo para dizer que era vitima de bulling. Chamavam-me gorda. Todos (salvo seja) me apertavam as bochechas e... vendo agora as fotos da época e comparando com os miúdos de agora... afinal era uma trinca-espinhas (quase!).
Os meninos da minha geração eram consideravelmente mais magros, poucos eram os meninos mais rechonchudos. E eu, claro era 'a C. gorda!'.

Isso marcou-me e teve (muita) influencia na minha forma de encarar a vida! Isto aliado a ter uma mãe com uma auto estima no topo. Uma mãe que nunca teve qualquer problema em dizer que era a melhor quando o achava que era, que não tinha problemas em ser 'diferente' na forma de estar e vestir, que não ligava ao que os outros diziam ou pensavam... o que ela pensava era para ela o mais importate!
Sim, roçava no 'convencido'. Aliás, 'roça', pois felizmente ainda anda por cá, ainda está da mesma forma na vida. Mesmo do alto dos seus 73 anos, ainda veste e faz o que lhe dá na real gana, sem se incomodar com isso.
A verdade é queel parava mesmo o trânsito! Quantas vezes ouvi os meus amigos comentarem entre dentes: 'A mãe da C. é que é boa!'... e eu era a gorda! E eu achava que ninguém haveria de gostar de mim!
Achava que quem se aproximava de mim era por gozo ou algum tipo de interesse! Quando as minhas amiguitas me vinham com a conversa: 'Ele gosta de ti!'. A minha reacção era de negação, e o pensamento era: 'Deve ser para gozar!'

(este post foi interrompido aqui... a 'pica' para o escrever passou.)

Rematando, durante a minha vida, quase sempre achei que nunca ninguém ia gostar de mim. Que se havia defeito, eu o tinha. E eu que era, e continuo a ser, uma perfeccionista, sou a primeiroa pessoa a encontrar os meus defeitos e fraquezas!

Bem, fiquemos por aqui... a minha Mãe continua a ser uma mulher 'dos diabos', do alto dos seus setenta e três anos. Eu, já não sou tão gorda, e a maturidade ensinou-me que o miolo é mais importante que a casca!

















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