Lembro-me como se fosse hoje do dia em que conheci a Joana: foi há 15, 16 anos em casa do Vítor, onde estávamos a festejar o seu aniversário.
Toda a gente falava no casal Joana-Pedro.
A Joana, uma miúda de 18 anos, muito independente que estudava numa privada e trabalhava no McDonalds em part-time para patrocinar os seus estudos e ajudar os pais.
O Pedro, porque era o menino da mamã, filho único, a quem a mãe limitava as saídas, apesar dos seus quase 30 anos.
Foi essa a razão porque não conheci o Pedro nesse dia: tinha ido com a mãe visitar um familiar. A Joana apareceu mais tarde, porque tinha trabalhado no turno da noite, e por isso chegou por volta das onze horas da noite.
Já todos tínhamos jantado quando ela chegou com o capacete da sua scooter debaixo do braço. Miúda franzina, cabelo pela cinta apanhado em rabo de cavalo. Nem a madeixa vermelha ao longo do cabelo lhe tirava aquele ar de miúda de 17 anos, que tinha na altura! Sempre com um sorriso, que desapareceu por momentos quando o nome do Pedro foi referido e lhe perguntaram o motivo da sua ausência!
Conheci o Pedro mais tarde, já o namoro estava mais avançado, mas com o triângulo: mãe-Pedro-Joana. Naquele dia também chegaram mais tarde, pois a pedido... da mãe, o Pedro tinha ido a Vila Real entregar um bolo a um familiar! Desta vez a Joana foi com ele!
A Joana sempre teve carta branca dos pais para sair com quem quisesse, para onde quisesse e quando quisesse. O Pedro, não, pelo contrário, ou era o fim de semana que tinha de ir para a quinta podar vinhas, levar os pais ao casamento da prima, enfim...era engraçado... a Joana saía com os amigos, divertia-se, com alguns acessos de tristeza quando se falava no Pedro, que estava a apaijar a mãe!
Hoje, ao fim de todos estes anos de turbulência, vieram-nos trazer o convite de casamento. Finalmente!
Espero que sejam muito felizes e que o tanto um como outro saibam lidar com o fantasma 'mãe do Pedro'.
O Pedro que saiba colocá-la à distância de modo a preservar a sua relação com a Joana e que ela consiga ter superioridade suficiente para não se deixar atingir por isso!
Joana, eu compreendo-te perfeitamente! Espero que tenhas consciência do que te espera, pois assim estarás preparada, pois se vais embarcar nisto de uma forma inocente, vias sofrer... e eu não quero que tu sofras, amiga, é muito duro, muito duro, mesmo!
Para os noivos: MUITAS FELICIDADE e encontra-mos no dia 08/08/08...data para não esquecer!
Nota: Assim como me preservo, também gosto de preservar os outros, pelo que os nomes são fictícios.
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