quarta-feira, 1 de setembro de 2010

De outros Verões... (IV)


Neste dia decidimos ir a Puebla de Sanabria. Tem um lago fantástico, onde de Verão se pode fazer praia e de Inverno fica gelado. Passei lá mais tarde no Inverno e a paisagem é completamente diferente, mas igualmente linda!
Bem, mas nesse dia em Puelbla de Sanabria, andamos de gaivota, apanhamos sol, almoçamos por lá... e fomos os quatro no carro do Jonas!
Pois, o carro do Jonas! O carro do Jonas estava com um problema no canhão da ignição que lhe permitia ter a mania de ligar só quando lhe apetecesse!
A maioria das vezes 'apetecia-lhe' à segunda, terceira tentativa, no máximo. Naquele dia, não sei se por estar em terras de nuestros hermanos ou porque apanhou muito sol, ou ainda porque o mal estava a acentuar-se, o carro não pegava!
E nós, ali no meio do nada, do outro lado da fronteira, sem saber quem contactar nem ter como ir aonde quer que fosse! (telemóveis? Estávamos em 1993. Telemóvel era algo de impensável ter, digamos assim.).
Última tentativa para resolver o problema: empurrar o carros. Não sabíamos se resultaria, até porque o problema não era conhecido e por isso nada nos dizia que o empurrão era a solução. Mas pronto, bora lá empurrar o carro, com o Jonas dentro, na direcção de uma descida, bem inclinada, em que o fundo da rua era uma ponte com uma curva em 'L'.
Empurramos, o carro começou a deslizar, deslizou e... deixamos de ver carro e Jonas. Ficamos sem saber se entretanto pegou ... e sem saber onde foi parar o Jonas que, com as suas capacidades de levar as coisas para o suspense, só apareceu passados alguns minutos, já nós olhávamos uns para os outros sem saber o que pensar, limitando-nos a rir... para não chorar. É que o desfecho das histórias que metem ''Jonas' saem sempre dos mil e um finais que se possam antever.
MAs não, passados os ditos minutos, lá aparece o Jonas, desta estrada acima, com o carro a trabalhar, muito sério, mas inteiro e sem ar de ter caído ao lago (era um dos nossos temores!).
Entramos no carro e, sem mais demoras, abalamos para Bragança, onde só paramos na oficina.
Era mesmo defeito do canhão da ignição, o carro ficou lá para o dia seguinte e, como estava dentro da garantia, não pagamos nada!
Digamos que foi um dia engraçado. Divertimos-nos, sim, como sempre e todos os dias que ali passamos juntos.
Naquele tempo até o mal servia de divertimento! A juventude põe-nos neste estado de graça!

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