No passado Domingo, houve uma prova de kart no kartródomo de Matosinhos, Cabo do Mundo.
No final, um grupo mais restrito, os que quiseram, resolveu almoçar junto pelas redondezas. A escolha foi o restaurante, onde eu já tinha almoçado e gostado, 'Ondas sobre o mar'.
Correu mal logo de início, quando depois de dizermos que éramos 16, o empregado junta sete mesas de dois lugares. Pensando que estava enganado disse-lhe: 'Olhe que somos 16!'
'Eu sei, menina. Ficam dois no topo das mesas. Há algum problema?'
'Não, mas até parece que o restaurante está cheio, que nem pode por mais uma mesa!'
Fez de conta que não me ouviu, colocou os pratos nos topos das mesas e mandou um outro empregado servir-nos umas entradas: umas pataniscas e três pratinhos com polvo vinagrete.
O empregado era de leste e falava e percebia muito mal português, pelo que era quase sempre preciso repetir e confirmar que ele tinha percebido direitinho as coisas.
Eu e mais quatro pedimos filetes de polvo, que segundo o Boris, nome pelo qual o meu amigo Tó de imediato o baptizou, 'três doses davam para dois'. Percebemos logo que o que ele queria dizer era que uma dose dava para dois e assim pedimos uma dose como a carta, 'filetes de polvo com arroz do mesmo' e a segunda com batata frita.
Bem, correu mal. Vieram as duas com batata frita e quando reclamamos, a informação foi que o arroz do 'mesmo' tinha acabado. Se quiséssemos arroz, só branco.
Encolhemos os ombros e pedimos o arroz branco. Afinal era Domingo, estávamos ali para nos divertirmos e não para nos chatearmos...
MAs no final tivemos mesmo que nos chatear. E foi quando veio a conta. Não é que dos três pratos de polvo vinagrete, dois vinham facturados a 9 euros e um a 4,5!?
Para além disso, vinham facturadas 2,5 doses de polvo e não 2!
Chamamos o Boris, dissemos que não estava bem. Pediu desculpa e voltou com uma segunda factura, agora com os pratinhos de polvo todos a 9 euros.
Achamos aquilo ROUBO. Pedimos a carta. Não constava em nenhum lado da carta o polvo vinagrete. Veio um segundo empregado, o que tinha arranjado as mesas, ver o que se passava. Dissemos que não aceitávamos pagar uma exorbitâcia daquelas pelo polvo, quando para além de o não termos pedido, não constava em lado nenhum da lista. Dissemos, também que só pagávamos duas doses de polvo, o que tínhamos pedido.
A resposta foi que tirava os pratos de polvo vinagrete, mas que era um abuso estar a tirar a meia dose de polvo!
Veio a terceira factura sem o polvo, mas com as 2,5 dos filetes!
Pagamos. No fim pedi o livro de reclamações. Depois de muita conversa que eu chamo de 'tolos', venceram-nos pelo cansaço. Não propriamente a mim, nem à Cláudia, mas à maioria do pessoal que começou a sair aos poucos, e quando nos apercebemos estávamos três ou quatro (de 14!) na sala.
A conversa acabou: 'Não quer dar o livro, pois não? Vou resolver de outra forma. Primeiro vou-me dirigir às autoridades competentes e dizer que se recusou a fazê-lo, depois vou dizer-lhes que andam a cobrar exorbitâncias por coisas que ninguém pediu e que não consta da lista!'
As últimas palavras que ouvi do homem foi: 'MAs eu dou-lhe o livro, mas...'
'Nem mas nem meio mas. Faça isto sempre que um dia destes tem uma surpresa... e não venha com as desculpas do empregado. Ele foi a melhor pessoa aqui.'
Bem, uma semana depois ainda estou com raiva aquela gente... e a mim. A ele por nos terem roubado à descarada, terem posto a culpa no (desgraçado) do Boris e a mim por não ter dado mais luta!´
Eles vão continuar a fazer isto e eu sinto-me responsável, pelo menos conivente, com o facto.
Sem comentários:
Enviar um comentário