terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cala-te!

há alturas em que gostava de ser com aquelas pessoas a quem tudo lhes passa ao lado. Aquele tipo de pessoa que atravessa na passadeira e nem dá pelo carro que lhe passa rente, ou aquele tipo de pessoa a quem estão para lhe roubar a carteira e no último minuto o ladrão se assusta... e ela nada! Não viu, não ouviu, não sentiu... não esteve lá!

Ir ao cinema, entrar na sala e logo nos primeiros minutos antever o final, é cá uma seca. Ao fim de meia hora deixamos de ter posição na cadeira, suspiramos pelo intervalo.No intervalo temos vontade de ir embora. Resistimos, voltamos para a sala, sentamo-nos e o desconforto volta. Só mesmo quando as luzes se começam a acender, o desconforto passa e apetece gritar: 'Finalmente!'

Na vida também é mais ou menos assim. As coisas a acontecerem, o final a desenhar-se na minha mente, e todos a acharem que a mocinha é uma infeliz, uma santinha, a quem todos fazem mal e, tu, eu, a ver que não passa de uma dissimulada, de uma manipuladora que só quer o dinheiro do rapaz.
Todos tiram partido por ela, a maltratada, tu és a maldosa, a invejosa e muitas outras coisas pouco abonatórias.
És afastada, posta de parte, jogam nas tuas costas, jogam com a tua vida e ficas na lama.

Um dia, tudo muda, depois de incidente em incidente, estoura. A mocinha é desmascarada, afastada de uma forma delicada e colocada numa redoma. O ruído não interessa. Afinal, é o fazer desacreditar a prepotência, a autoridade e o falhanço!

E quem perde?
Tu!
Continuas a ter que estar calada, pois passas a ser o saco de boxe. Um olhar teu será motivo para um:'Cala-te!'

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