quinta-feira, 11 de junho de 2009

Noite de São João

Depois de em 2005 ter sido assaltada enquanto dormia. É das piores sensações, a de saber que desconhecidos andaram pela nossa casa enquanto dormíamos, levaram o que quiseram e foram com o nosso carro fazer street racinng para a rodovia.
Pior que isso só mesmo o ter acordado e enfrentar os assaltantes, como muitas vezes acontece. Um dos mais comentados é o de um treinador de futebol em que os assaltantes deixaram a família fechada dentro de casa horas... arrepia-me pensar.

E pronto depois do assalto foram umas poucas de noites mal dormidas, a acordar ao mais pequeno barulhos, a ligar o alarme, mesmo quando ia só ao fundo da rua comprar pão e a ter tudo que é janela e porta fechada, mesmo estando perto. Sim, o trauma foi grande.

Como o tempo é o melhor remédio, cura tudo, dizem, a normalidade foi voltando aos pouco. OS carros a chegarem a meio da noite já não me acordavam, os cães a ladrarem já não me punham o coração a bater a duzentos à hora e as janelas já se iam abrindo. Primeiro as dos quarto, que ficam no segundo andar , depois as do primeiro andar, sempre quando estava por cada, mas deixei de as fechar sempre que ia ao andar de cima...

Esta noite, a cicatriz abriu. Quando o relógio batia a primeira badalada, o alarme começou a tocar de uma forma ensurdecedora, acusando movimento na garagem!
Pânico, nervos, medo... a ordem pode não ser esta, mas todos presentes. Sabia que a porta da garagem, a corta fogo estava fechada À chave, logo se entraram pela garagem, não entravam em casa... e os cães? E o carro? E quem estava lá?
Vamos ver? Não vamos ver?
Sim vamos lá. Fica-se um bocado atrás da porta a tentar perceber o que se passa, não se ouve nada, os cães não ladram... abre-se a porta devagar.... luz apagada, portão descido. Por uma frincha da porta acende-se a luz, nada, avançamos até ao salão, nada... Não está ninguém... a memória do alarme, entretanto limpa, não voltou a registar movimentos.

Ufa, que alívio. E agora dormir? Precisava-se, mas não se conseguia. Aproveitar para ver se estava tudo fechado. Tudo bem fechado.
Vencida pelo cansaço por volta das quatro adormeci. Acordei às seis e trinta com o despertador do telefone. É que hoje é quinta-feira e por isso seria um dia para acordar a essa hora.
Não há energia em casa. Volta por essa hora. Espreito o alarme. Continua ligada. Desligo-o, começa a tocar de uma forma ensurdecedora. É auto alimentado, não adianta desligar o disjuntor. Cala-se de repente. E todo o painel do alarme se cala.

Muitas coincidências. O nervosismo volta a aumentar. Pela hora do almoço ligo para a assistência técnica. Não vivo sem alarme... impossível. Compreensível.

O técnico diz ser uma situação normal. que as baterias devia estar em baixo e que ele tocou por isso. E então os movimentos na garagem?!
E o tocar quando volta a energia? Normal.

Tudo normal! O que não será então normal é quando mo instalaram não terem dito que as baterias duravam três anos!

Ainda nem o Santo António foi e já tive a minha Noite de São João!

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