Há pouco, quando falava com a minha mãe ao telefone, ela recordou, a propósito do dia de hoje, o dia de S. José:
No ano em que eu nasci, este dia foi a um Sábado. Os meus pais a propósito da feira de ano na Santana, que fica perto da casa onde moravam à época, em S. MAmede de Infesta; organizaram um almoço de família.
O almoço foi sável, peixe da época e muito apreciado pela minha família, ou não fossem quase todos nascidos e criados junto ao rio. Cozinharam-se três peixes enormes daqueles. Como não sei. Das muitas vezes que ouvi esta história nunca o pormenor da confecção do peixe foi referido.
Depois do almoço, lá foram todos, a pé, mesmo a minha mãe, super grávida, à festa comprar regueifa e fogaça para o lanche.
Estava toda a família já reunida em casa, novamente, em volta da mesa quando veio à baila o sexo do bebé.
Todos davam palpites, mas todos queriam um rapaz, excepto a minha avó paterna, que apesar de já ter uma neta, queria outra rapariga. Ela adorava meninas. Não sei se pelos laçarotes se porquê, mas que adorava, adorava. E a prova disso é que só desistiu, à quinta vez, quando nasceu a menina, já ela contava 44 anos... velha à época para ser mãe, chegando a passar por avó da filha muitas vezes!
Mas voltando À história, entraram no campo das apostas. O meu avô materno, apesar de torcer pelo rapaz, dizia que era uma rapariga. O marido da prima Ermelinda, dizia que era um rapaz. De tão convictos que estavam, cada um na sua certeza, decidiram apostar 50 escudos, que ficaram à guarda da minha mãe na bomboneira da sala de jantar.
No dia 10 de Abril quem ganhou fui eu. O meu avô ganhou a aposta e abriu a minha primeira conta bancária com eles.
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