sexta-feira, 12 de março de 2010

Facebook I


Da mesma forma que a maioria das pessoas, aderi ao Facebook depois de receber um pedido de 'amizade' de um amigo.
Começou por mera curiosidade, já que era assunto sobre o qual nunca tinha pensado muito, e como tal, não tinha opinião formada.
Parametrizei com o básico e fui-me deixando levar ao som do desenrolar da minha conta.

Convidei também alguns amigos. Uns já lá estavam, outros aderiram por minha indicação.
A primeira grande surpresa, e que me fez ter uma opinião positiva sobre o assunto, foi ter conseguido reunir um grupo de amigos espalhado pelo Mundo, com quem não 'falava' há anos.
Com a sorte do meu, nosso, lado; encontramos uma data em que alguns vinham a Portugal e sete de nós juntamo-nos no Porto num jantar. Claro que nada de impossível se Facebook, mas que ajudou, ajudou e muito.

Entretanto, inevitavelmente veio o convite para o Farmville. Achei graça. Aderi e rotinei-me naquela agricultura. Sim, a quinta vicia. Convidamos e somos convidados para sermos vizinhos de amigos dos amigos e o grupo de amigos atinge um volume tal, quem nem nos meus tempos de liceu o rapaz ou rapariga mais populares imaginariam poder a vir ter algum dia!

Ok, o viciado é sempre o ultimo a admitir que o é. Sim, vou à quinta todos os dias e todas as noites antes de me deitar perco algum tempo nas culturas e nas colheitas.
Mas acabo por perder muito mais tempo no chat com os meus 'vizinhos', uns completos desconhecidos até então, outros colegas de trabalho e ainda amigos, que não fosse o FB, estaria sem falar com eles anos, talvez.

Lançar uma simples frase como: 'Que dia de cão!' gera comentários inimagináveis e capazes de nos arrancar o sorriso que pensávamos nunca sermos capazes depois do 'dia de cão'.
Precisar de uma 'tábua' para a cavalariça e ao fim de um minuto ter a caixa de presentes cheia de tábuas dá que pensar!

Onde haja acontecimento por esse mundo afora, há sempre lá um 'amigo' do FB. E ficamos preocupados, e mandamos mensagens no chat para saber deles.

E ainda não falei das pessoas que vivem sós. É quase irreal o número de, mulheres na sua maioria, que vivem sozinhas e têm uma necessidade tremenda de 'falar'. Estou a lembrar-me de uma senhora russa, viúva que vive sozinha mais o seu cão. Os filhos estão longe e vive da saudade, ora dos filhos, ora do marido e da mãe. Há dias estive com ela à conversa uma hora. Começamos por falar das nossas cidades. Ela falava do tempo em Moscovo, eu falava do tempo em Braga. Perguntou-me onde era a foto que eu tinha no meu mural e porque eu não mostrava a cara. (eu não publico fotos minha onde possa ser reconhecida e de outras pessoas só com autorização delas. Falarei um dia sobre isso). Expliquei-lhe que estava cansada de uma sociedade em que as pessoas eram avaliadas, pelo menos na primeira abordagem, pelo 'embrulho'!
Bem, a conversa acabou com a senhora a falar da mãe, dos filhos, da influência dela na sua vida e do seu percurso de vida. A conversa acabou com a senhora, a dizer-me que me disse coisas sobre a vida dela que nunca tinha dito a ninguém e rematou: 'Tu deves ser muito bonita'.


Eu gosto do Facebook. Quando deixar de gostar, 'desamigo-me'.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora então diz-me lá qual o teu username...

Um beijinho
Menino