Assim de repente, lembrei-me de quando passava as férias da Páscoa a sós com o meu Pai. Bem, não era bem a sós. Era só durante o dia.
O meu Pai sempre teve tarefas em que tinha que trabalhar nas férias do outros e por isso raras foram as vezes em que tivemos férias 'com todos'. (Deve ser por isso que evitei sempre férias em Agosto.)
Voltando às férias da Páscoa a sós com o meu Pai: a minha Mãe quando recomeçou a trabalhar, tinha férias em Agosto e, lá está, com uma vida profissional completamente diferente, o pico de trabalho dela era no Natal e na Páscoa.
A princípio eu não gostava muito de ficar 'em casa' com o meu Pai. Os outros menino iam todos para o colégio e passavam o dia na brincadeira. 'E eu a ter que ficar em casa com o Papá. Que chatice!', era este o meu pensamento na véspera das férias.
Logo passava, pois ele era cinema, passeios à beira mar e beira rio, museus, visitar avós e passar dias inteiros no quintal no meio da terra. Outras vezes eram 'sessões de fotografia' com a emoção da espera pela revelação que o digital nos tirou. E às vezes a loucura era ainda maior e levava-me às compras e era roupa nova dos pés à cabeça com direito a sapatos, carteira e adereços para o cabelo.
Por norma, nesse dia íamos esperar a mãe ao emprego e, quando eu ia ter com ela, ela abanava a cabeça, fazia cara séria e sorria com os olhos.
O Pai ao longe ria-se e, ela quando chegava junto a ele dizia:'Tem tanto juízo o Pai como a filha!'
'Mas ó Mãe, não gostas da minha roupa?'-perguntava eu, já menos eufórica.
(a opinião da minha Mãe sobre roupa sempre foi muito importante para mim e dela herdei o gosto pela diferença)
'Gosto'-respondia ela, umas vezes mais convincentemente que outras, dependendo de quanto havia gostado.
E esses dias por norma acabavam em grande com um jantar à beira mar.
Pois e acham que eu nessa altura ainda me lembrava das brincadeiras perdidas? A chatice era na Sexta-feira Santa quando a Mãe ficava em casa e nós ( eu e o Pai) tínhamos que entrar nos eixos!
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