quinta-feira, 22 de setembro de 2011

6h30 to 21h45

6h30, acordo sem ouvir despertador e depois de dormir a noite toda., coisa rara nos últimos dias, semanas, meses.
A rotina da praxe e, a acabar de me arranjar, toca o telefone. Era para o L., que depois de atender, me diz: 'Despacha-te que tenho que ir já para a fábrica.'
Começo a resmungar, pois está claro: 'Nma fábrica cm mais de 2500 pessoas, tiram  uma pessoa da cama para ir apagar fogos!'.
Entre resmungadelas, e depois de ter alimentado os Focinhos, o cartão foi marcado antes das 7h30.
Pequeno-almoço a correr, telefonema para o Japão, chamada da Austrália, entra em conferência com a Alemanha, uns telefonemas internos, umas idas à produção e a manhã passou.
Almoço no s´tio do costume, na cantina. Vale-e que o meu amigo VP está de volta e assim anda consigo ter uns almoços bem dispostos e ... volta à carga, que é como quem diz; telefone, email, reuniões e, há tanto para fazer e que fazer, que o cartão voltou a ser marcado já passava das 2130. O estado de cansaço era tal que já nem a esfregona das empregadas da limnpeza conseguia ouvir!
Jantar em casa está fora de questão. Quem é que às 22h00 tem pachorra para se meter com tachos e panelas? Eu não! Já às 19 sabe Deus, quanto mais a esta hora!
Nestes dias, que ultimamente são muitos, o destino de eleição é o 'Silva's'. Lá sentimo-nos em casa, as pessoas que lá vão são (quase) sempre as mesmas e já não é preciso dizer o que queremos. Ele sabe, ( e que me perdoe a Oliviazinha, pois vou falar outra vez de comida), que eu adoro polvo, que amo a sangria dele e que me delicio com as saladas de tomate, alface, milho e cenoura que ele me prepara na hora e tão bem tempera.
O Zé Carlos, o dono do restaurante, hoje tinha à espera do L., um arroz de favas confeccionado com favas da horta da cozinheira, que numa tarde de paciência as descascou e congelou. Agora, de vez em quando, o Zé Carlos brinda o L.. e os outros clientes, com um arroz fresco de favas. Eu cá, como não gosto de arroz, não como, mas à minha espera, para além da minha saladinha, estava uma alheira, primorosamente grelhada. Um suspiro, do meio de tanto cansaço, largou o comentário:'um ovinho estrelado é que ia bem!'. Foi pegar no telefone, falar com a cozinheira e passados alguns minutos não tinha um, mas dois ovos estrelados. (que se lixe o colesterol!).
Aquele mimo, aquela boa vontade, deu-me tanta energia. Soube-me tão bem aquele mimo que o cansaço deixou de existir. Comi aqueles ovos como se fossem os dois últimos ovos estrelados à face da terra!

E para ter a certeza de que o colesterol hoje ia alterar, ainda comi uma fatia de bolo húmido de laranja. Ai o fígado, ai a vesícula... amanhã queixo-me... hoje estou mimada e consolada!... e cansada, claro, mas amanhã às 8h00 espera-me o Takano-san, a Yuri-san e o Orikochi-san. Sim eles não são 'san',  mas a partir do momento em que nos tratam também por 'san' somos um dos deles e somos amigos..

Pois e agora aqui a Reflexos-san, vai dormir para não se atrasar para a conferência com os 'san', que já estarão a largar o escritório aquela hora.

Nota: Na minha terra, o Porto, o 'arroz fresco' é 'arroz malandro'.

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