Acabei de ler este post da Barbrinha, que vive no Egipto, onde ela se queixa da ´pedinchice' das pessoas.
O pior é que é geral, onde há Homem, há disto! E vem mesmo a propósito do que me aconteceu esta manhã na cidade de Braga:
Andava eu e o L. a tirar fotos, eram aí umas 11h30, quando chega ao pé de mim um miúdo, aí com uns 9 anos, bem vestido, lavado e bem nutrido ( daqueles com ar de quem não come só sopinha!) e começa assim a conversa:
-Bom dia, podia-me ajudar?
Eu olhei para ele, e como ele não tinha aquele ar 'habitual' de quem anda a pedir, pois para a maior parte das pessoas a pobreza está associada a falta de higiene, fique a aguardar:
- Era a ver se me podia ajudar...-continuou ele.
-Não tenho dinheiro, respondi ao mesmo tempo que me apercebi do que ele queria.
-Mas eu não quero dinheiro, só queria era que me ajudasse com qualquer coisa para comer. É que ainda não tomei o pequeno almoço! Já me dói o estômago.
-Eu já te disse que não tenho dinheiro comigo! ( era verdade, tinha gasto os últimos trocos no pequeno almoço e ainda não tinha levantado!).
Virou-me as costas e dirigiu-se para o L., que entretanto se afastara para tirar umas fotos.
- Ele também não tem dinheiro! -Disse eu indo atrás dele. É que o L. não se apercebe de imediato desta abordagens e, confesso, fiquei com medo que o rapaz lhe puxasse da máquina fotográfica e desatasse a fugir.
O L. ficou com uma cara de espanto a olhar para nós dois e eu continuei:
-Desculpa mas tu não tens cara de quem não come há muito. Não tens pais? É que se não, eu chamo a polícia e tu tens de ir para uma instituição... não tens idade para andar sozinho por aí!
O rapaz mal ouviu aquilo virou costas e não quis mais conversa!
Como diz a Barbrinha, Deus me perdoe se estou a ser injusta, mas vê-se tanta aldrabice e cada vez aprendem mais cedo a sê-lo!
Mas às vezes paga o justo pelo pecador, né?
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