África, angola mais propriamente dita, conheço-a desde sempre... mas nunca lá fui!
Anos 60, meu pai acabado de chegar de Angola, onde cumpriu serviço militar na Companhia de Sapadores 235, com quem ainda hoje faz almoços anuais de confraternização. Nessa época éramos um país muito conservador no que toca á forma de vestir das pessoas. Homens de calça comprida, sempre, Verão ou Inverno e mulher saia ou vestido. Pois meu pai veio de lá com a mala, conta a minha mãe e eu ainda me lembro dessas indumentarias, cheia de balalaicas e calções!
Estão a imaginar agora a cara das pessoas ao vê-lo andar na rua de calções, chinelas e balalaica? 'Pois, foi de ter estado em África', diziam as pessoas da terra que o viram crescer. 'A guerra faz mal a todos!'
A ´guerra´realmente fez-lhe mal. mas não se manifestou na forma dele se vestir, mas sim no reforçar da opinião que ele tinha sobre determinados assuntos ligados à sociedade e governantes de então... que por acaso lhe trouxeram alguns dissabores!
Os que cá ficaram é que estavam mal e não sabiam, dizia o meu pai!
Sempre ouvi o meu pai a falar daquela terra como se fosse o paraíso... lembro, que desde miúda adoro ver fotografias, e então passar horas a folhear os álbuns de fotos dele de África...
A minha avó tinha um irmão que na década de vinte tinha estado em África e tinha casado com uma senhora africana. Foi a primeira pessoa de cor que conheci... devia ter uns dois anos... linda a tia Maria, uma das velhinhas mais lindas que eu já conheci... aquela pele aveludada, se bem que enrugada, claro, pelos mais de sessenta anos que já tinha na altura, num tom de castanho indefinido a contrastar com o cabelo já branco... era uma boneca!
Em 74, depois da revolução, começaram a chegar as pessoas, a que na altura chamavam de retornados. Conheci bastantes, alguns de bem perto. Tivemos um grande amigo, que comprou uma papelaria junto à nossa casa, que passava horas a contar-me histórias, reais, da vida dele naquelas terras. Quero aproveitar para deixar aqui a minha homenagem a esse amigo, que jamais esquecerei e que fatalmente voltou para África, tendo vindo a falecer lá vítima de acidente de viação. Deixou-nos cedo demais, com filhos muito pequenos, mas tenho a certeza que morreu onde queria morrer, em África. Jamais te esquecerei Luís.
Todas as pessoas que conheci vindas daqueles sítios, nunca nenhuma me falou dos lugares sonde esteve, que não fosse com saudade, saudade e saudade. Nunca lhes vi nem no olhar, nem na voz ódios. Sentiam alguma revolta, sim, mas mais por terem sido obrigados a vir embora, do que por o que lhe tinha acontecido de menos bom nos últimos tempos de lá.
A minha maior amiga, também nasceu em Luanda. às vezes estamos horas a falar de Angola... ela do que viu e eu do que ouvi... não me canso!
Uma coisa em comum todas esta pessoas também tem: querem lá voltar!
Quando entrei no mundo da blogosfera, acabei por descobrir uma quantidade enorme de blogues de pessoas que estão destacadas em África em trabalho. Claro que estão nos meus favoritos e os sigo atentamente. Ao fim de semana quando o meu pai me visita, aproveito para lhe mostra os blogues e é incrível a forma como ele se transporta para essas terras de uma forma tão imediata!... então quando há fotos, não há volta a dar... incrível como ele reconhece todas as esquinas... então o Angola em Fotos, deixa-o maravilhado!
Tudo para dizer que África é um sítio onde quero ir...com o meu pai e a minha melhor amiga.
Que inveja tenho eu de quem lá viveu!
País que nos mandou pessoas com mentalidades tão diferentes das que cá havia! E as pessoas de cá não souberam aprender nada com essas pessoas... só maltratá-las, como se elas não fossem portuguesas também!
Anos 60, meu pai acabado de chegar de Angola, onde cumpriu serviço militar na Companhia de Sapadores 235, com quem ainda hoje faz almoços anuais de confraternização. Nessa época éramos um país muito conservador no que toca á forma de vestir das pessoas. Homens de calça comprida, sempre, Verão ou Inverno e mulher saia ou vestido. Pois meu pai veio de lá com a mala, conta a minha mãe e eu ainda me lembro dessas indumentarias, cheia de balalaicas e calções!
Estão a imaginar agora a cara das pessoas ao vê-lo andar na rua de calções, chinelas e balalaica? 'Pois, foi de ter estado em África', diziam as pessoas da terra que o viram crescer. 'A guerra faz mal a todos!'
A ´guerra´realmente fez-lhe mal. mas não se manifestou na forma dele se vestir, mas sim no reforçar da opinião que ele tinha sobre determinados assuntos ligados à sociedade e governantes de então... que por acaso lhe trouxeram alguns dissabores!
Os que cá ficaram é que estavam mal e não sabiam, dizia o meu pai!
Sempre ouvi o meu pai a falar daquela terra como se fosse o paraíso... lembro, que desde miúda adoro ver fotografias, e então passar horas a folhear os álbuns de fotos dele de África...
A minha avó tinha um irmão que na década de vinte tinha estado em África e tinha casado com uma senhora africana. Foi a primeira pessoa de cor que conheci... devia ter uns dois anos... linda a tia Maria, uma das velhinhas mais lindas que eu já conheci... aquela pele aveludada, se bem que enrugada, claro, pelos mais de sessenta anos que já tinha na altura, num tom de castanho indefinido a contrastar com o cabelo já branco... era uma boneca!
Em 74, depois da revolução, começaram a chegar as pessoas, a que na altura chamavam de retornados. Conheci bastantes, alguns de bem perto. Tivemos um grande amigo, que comprou uma papelaria junto à nossa casa, que passava horas a contar-me histórias, reais, da vida dele naquelas terras. Quero aproveitar para deixar aqui a minha homenagem a esse amigo, que jamais esquecerei e que fatalmente voltou para África, tendo vindo a falecer lá vítima de acidente de viação. Deixou-nos cedo demais, com filhos muito pequenos, mas tenho a certeza que morreu onde queria morrer, em África. Jamais te esquecerei Luís.
Todas as pessoas que conheci vindas daqueles sítios, nunca nenhuma me falou dos lugares sonde esteve, que não fosse com saudade, saudade e saudade. Nunca lhes vi nem no olhar, nem na voz ódios. Sentiam alguma revolta, sim, mas mais por terem sido obrigados a vir embora, do que por o que lhe tinha acontecido de menos bom nos últimos tempos de lá.
A minha maior amiga, também nasceu em Luanda. às vezes estamos horas a falar de Angola... ela do que viu e eu do que ouvi... não me canso!
Uma coisa em comum todas esta pessoas também tem: querem lá voltar!
Quando entrei no mundo da blogosfera, acabei por descobrir uma quantidade enorme de blogues de pessoas que estão destacadas em África em trabalho. Claro que estão nos meus favoritos e os sigo atentamente. Ao fim de semana quando o meu pai me visita, aproveito para lhe mostra os blogues e é incrível a forma como ele se transporta para essas terras de uma forma tão imediata!... então quando há fotos, não há volta a dar... incrível como ele reconhece todas as esquinas... então o Angola em Fotos, deixa-o maravilhado!
Tudo para dizer que África é um sítio onde quero ir...com o meu pai e a minha melhor amiga.
Que inveja tenho eu de quem lá viveu!
País que nos mandou pessoas com mentalidades tão diferentes das que cá havia! E as pessoas de cá não souberam aprender nada com essas pessoas... só maltratá-las, como se elas não fossem portuguesas também!
1 comentário:
Eu sou doida pra conhecer a Africa e quero fazer isso com certeza um dia. Bjos
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