quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Antes e o Depois

'Uns com tudo e outros sem nada'.

Este será talvez o ditado mais errado que eu conheço. O tudo, tal como o sempre e o nunca, não existem.

E o mesmo com as pessoas. Não há pessoas boas e pessoas más. Há pessoas melhores que outras. Há pessoas mais bonitas que outras. Há pessoas mais simpáticas que outras,.Há pessoas mais ... que outras.

Nada disto é estanque e tudo pode mudar em função das variáveis externas: o contexto, o momento, a população.

Até há um ano atrás, era para mim impensável dizer a alguém, que não fosse a mim própria, coisas que disse ao longo deste último ano, o que acabei de dizer, mesmo.

Era a timidez, o medo da rejeição, o medo das criticas negativas, o medo do escárnio... medo, receio... tudo junto a limitar a minha vontade.

Tanto limitava que nos primeiros dias, semanas, quando queria escrever algo mais pessoal no Desvios, o fazia primeiro no Espelho Meu. As palavras no Desvios não saiam. O facto de saber que não era só para mim funcionava como bloqueador. Não estava certo. Devemos dizer o que nos vai na alma, o que queremos dizer e principalmente devemos saber qual a visão dos outros lados.

Quantas vezes dei comigo a dialogar comigo própria. A dar-me raspanetes, a aconselhar-me, a mostrar-me a visão dos outros, a passar-me os meus próprios preconceitos...

Isto é um exercício muito saudável, mas que tem o seu lado menos bom, como tudo aliás, pois apesar de estarmos a fazer o papel do Deus e do Diabo, o nosso Deus e o nosso Diabo acabam por serem os nossos, o que nos limita os horizontes aos limites do nosso pensamento.

E muitas vezes levamos-nos a não fazer, a não dizer ou a dizer a medo, a fazer a medo. Errado!

E quando temos de ouvir os verdadeiros outros, é complicado, pois a nossa confiança vai recheada de respostas.

Ao fim de um ano, vejo que para trás desse ano ficou muito por dizer e por fazer e tudo porque me deixei ficar dentro de uma concha que não sendo má conselheira tinha a sua própria visão das coisas, visão que não era a de todos.



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