Meu Avô paterno era trasmontano. Minha Avó era Minhota, de Barcelos.
Meu Avô materno era do Porto, de Campanhã e minha Avó do Seixal, com um pai Alentejano e uma mãe espanhola.
Os meus Pais, tal como eu, nasceram no Porto.
E tudo isto porquê?
Porque às vezes uso palavras que o L., o meu marido não sabe o que são e diz que eu invento palavras. Ele é de Ílhavo e viveu nessa zona até vir para Braga.
Realmente o nosso país é muito pequeno em área, mas enorme em diversidade, quer na culinária, nos usos, no clima e na língua(gem). Senão vejamos o caso do pão: molete, papo seco, carcaça, biju... isto só para o que se compra à unidade.
Depois o que eu no Porto comprava como regueifa, aqui em Braga se quiser uma tenho de pedir uma rosca, que no Porto é uma espécie de cacete, mas entrançado...
E tudo isto porque hoje fui a uma loja de louças e pedi 'pratos de conduto'. A senhora da loja ficou a olhar para mim e o L. perante a cara da senhora disse: 'pratos rasos'...
... este termo sempre me foi familiar... o prato principal para mim sempre foi o 'conduto' e os pratos rasos foram 'pratos de conduto'!
1 comentário:
Já aprendi contigo, não conhecia essa de prato de conduto, para mim o conduto é a carne ou chouriço.
Relativamente ao pão aqui dizíamos papo-seco, e o maior é pão de bola ou cu de frade, também dizemos pão da padaria para diferenciar do pão caseiro.
Uma diferença dos Açores para o continente relativamente ao peixe, cá dizemos chicharro (ou bifes de pobre)aí é o carapau. Aqui carapau é outro tipo de peixe, com escama e o chicharro não tem escama.
Há muito mais em termos de linguagem que poderia estar aqui a enumerar, tal como uma coisa alagada, cá é quando está molhada e aí é uma coisa destruída.
Beijinhos,
Ana e seus tesourinhos
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