domingo, 1 de novembro de 2009

Doçuras ou travessuras.

Ontem foi noite de Halloween. Isso já todos sabemos, ou não os medias fizessem questão de o o anunciar aos sete ventos, como se tratasse de uma tradição muito portuguesa enraízada há séculos!
E como o nosso povo gostas de cumprir à risca as tradições dos outros, eram aí umas 21h tocaram-me à porta. Espreitei pelo vídeo porteiro e vi então que eram cinco miúdas da vizinhança com os lábios pintados de preto, uma com uma peruca e duas delas com chapéus de bruxa. Duas delas traziam ainda enfiado no braço dois baldes em forma de abóbora.
Como sempre a chave de casa insistia em não aparecer e como demorava, as raparigas desesperadas tocaram umas poucas de vezes à campainha. Quando estava mesmo para abrir a porta, duas delas começaram a escrever no portão, com terra 'Halloween'. Achei graça, deixei que acabassem, peguei num pacote de bolachas de chocolate ( não tina rebuçados) e finalmente abri a porta.

Ficaram um bocado atrapalhadas, mas uma mais expedita lá disse:
-Doçuras ou travessuras.
-Bem , parece que vocês já escolheram, já fizeram as travessuras, por isso não há doçuras.-respondi.
A mais velha das miúdas, aí com uns 12 anos disse:
-Pois, a senhora tem razão.
Uma outra, diz:
-Não fui eu quem fez isso.- E ia sacudindo as mãos na direcção das amigas que pintaram o portão.
Virei-me para a miúda e perguntei-lhe:
-Tu não estás com elas?
-Estou, mas não fui eu quem fez isso!
-Então se estás com elas, foste tu!-continuei- e sabes, este sujo do portão até a chuva lava. Agora a tua atitude é que está a ser uma grande travessura. Estás a trair as tuas amigas e estás a mostras que elas não podem contar contigo! Sabes, minha menina, aqui não interessa quem pintou, interessa sim, que vocês se juntaram para fazer isto e por isso todas são responsáveis por isto! Tu por acaso não concordaste com eles que se as pessoas não dessem doçuras se pintasse os portões?
-Então para mim foram todas!-disse
As outras começaram a rir-se e uma outra virou-se para mim e disse:
-Ela é sempre assim. Quando estamos a brincar e alguma coisa acontece ela diz sempre que não foi ela!


E perante isto sorri e dei-lhe o pacote das bolachas enquanto pensava: 'É assim que começam!'

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