Hoje foi dia de ir ao Porto. Esta é a única ida ao Porto que eu dispenso e troco bem por um dia de trabalho, daqueles de confusão de manhã até à noite!
Foi a consulta anual de oftalmologia do L. De há 11 anos a esta parte as notícias são sempre as mesmas:' Dentro do que temos está tudo bem.'-palavras do Dr. Paulo Ribeiro. Vendo bem as coisas é o mais animador possível e o que nós ansiamos sempre por ouvir. No fundo que nada de por tenha surgido no entretanto. Há dois anos um novo elemento entrou na história clínica do olho do L.: uma catarata! Foi mais uma facada das muitas que temos levado por causa dos olhos do L.. Vale-nos o optimismo do Dr. Paulo e a sua forma sempre prática e positiva de ver as coisas. 'Uma catarata opera-se com a maior das facilidades e hoje em dia a taxa de sucesso é da ordem dos 100%.'-diz ele.-'É claro que é louco, o que só vê de um olho e diz não ter medo.'-acrescenta ele.
E pronto, lá viemos nós embora, convictos de que um dia lá terá que ser, sem 250 euros no bolso e com consulta marcada, agora para daqui a meio ano.
Estava a sair do consultório ( até parece que adivinharam) começa a tocar o telemóvel. Coisas de trabalho, daquelas que eu preferia ter em vez de ir ai Porto. Em vez de alternativa foi complemento!
Os planos de almoçar pelo Porto foram por água abaixo quando entre uns poucos de telefonemas me apercebi que já estava em Vila do Conde e que por isso era melhor vir almoçar a Braga!
Foi um almoço a corre, mais rápido do que quando trabalho... e mais fraco ( do que às vezes) e correr para casa para ligar o portátil da fábrica à rede ( Quem inventou essa coisa do VPN? ) e ler emails, responder a emails, fazer telefonemas e, ironia das ironias, fazer a participação de ausência ao chefe... trabalhar só conta de corpo presente! O resto é ausência!
Tinha dentista às 17h00. Aproveitei para ir mais cedo um bocadinho e dar uma volta, para arejar as ideias e regalar as vistas com as montras. O que aconteceu entre o parque de estacionamento e o dentista não conto. Só digo que foi uma espécie de bebedeira, mas de compras!
E a dentista estava atrasada, a dentistas gosta de conversar, eu de boca aberta não consigo responder (logo hoje que era o dente do siso que estava em tratamento).
Quando cheguei a casa foi fazer o jantar, tratar de algumas roupas e , sim ainda, atender o telefonema da Mãe que liga todos os dias às oito horas, que nem um relógio suíço. Estava preocupada porque o meu pai foi fazer um electrocardiograma, com esforço e ainda não tinha chegado. 'O electrocardiograma é só 13 minutos!'-dizia ela- 'E era às sete, e já passa das oito!'- dizia ela nervosa.
'Mãe, há mais pessoas a serem atendidas e as consultas atrasam!'-respondia-lhe eu;
'Mas podia dar um toque!'-resmungava ela;
'Para quê?-perguntei- dantes não havia telemóveis e as pessoas ligavam só se algo de mal estivesse a acontece, senão quando chegassem, chegavam!
'Tens razão.-Respondia ela. MAs logo:' MAs agora há! Devia ter ido com ele!'
E assim se despediu ela, a pensar que devia ter ido com o meu Pai já que ele não telefonava. Nem quero imaginar o quanto ela moeu a paciência ao homem quando ele chegou!
A minha Mãe e os seus medos doentios!
O L. também está para o tristonho. Não sei se é pelo desconforto no olho, se por ter voltado a pensar na operação... como o compreendo. Eu estaria na mesma ou pior!
Nem quero pensar quando tiver que ser. E nem vou pensar. Sei que vai ter que ser, que é inevitável, mas não vale a pena pensar. Não resolve e não evita... nem tão pouco faz com que corra melhor!
Bem , estou que nem uma bateria EXAUSTA!!!
Tivesse ido trabalhar e estava bem menos cansada... e com o bolso menos vazio.Se bem que o dinheiro que pago nos médicos não o choro, dou é graças por o ter quando preciso!
E quanto ao meu Porto, esse estava lindo como sempre... aquele mar, aquele rio... aquela Foz... é o Porto e basta!
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