Neste momento está a dar um programa na SIC sobre a (In)fertilidade.
Lembrei-me de duas histórias a propósito do assunto, que reflecte a hipocrisia da nossa sociedade.
Na primeira um casal, ambos desempregados, na casa dos vinte e poucos anos, depois de vários anos de tentativas, decidiram recorrer ao hospital público para tratamentos de fertilidade.
Ao fim de alguns tratamentos, ele engravidou de 4 bebés, dos quais conseguiu levar a gravidez até ao fim.
Os bebés nasceram, os pais estavam desempregados, a casa onde viviam não tinha condições para tanta gente.
Logo uma corrente de solidariedade se formou entre funcionários e familiares para proporcionar alguma qualidade de vida às crianças.
A segunda história. Um casal, com alguma capacidade financeira, na casa dos trinta anos marca uma consulta de fertilidade num hospital publico.
è atendido por uma médica, que redondamente lhes diz, no corredor do hospital: vocês com a vossa idade não têm hipóteses. Ao tempo que isto demora, quando chegar a vossa consulta já passou a idade, até porque os tratamentos não resultam à primeira.
Podem é contctar uma clinica, que eu posso indicar, e iniciar lá os tratamentos.
Por acaso essa médica é sócia da clínica! Por acaso o casal até podia ter 4 filhos, que não ia pedir nada a ninguém nem privar as crianças de nada! Mas o casal de uma forma resumida estava 'fora de prazo'.
O outro casal, o da primeira história, não tinha emprego, nem para ele tinha uma casa em condições, vive da caridade alheia, mas como está na casa dos 20 anos, pode fazer os tratamentos!
Não chegam os não planeados, indesejados até serem infelizes, passarem privações? É necessário força o aumento desse número?
O segundo casal, paga impostos foi privado de um serviço para o qual paga em prol de um outro casal que pouco ou nada contribui...
Alguém pensou nas crianças? Não, só em números.Idade, tempo, despesa pública...
Que raio de sociedade é esta?
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