segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Quando é que se decidem ouvir-me?

Hoje o dia começou com a ida de táxi para o trabalho!
Tinha de lá estar às 9h00 para uma maratona de quatro reuniões (uma espécie de) seguidas.
O japonês ficou em casa à espera de tempo para arranjar solução e tempo para resolver!
Enquanto esperávamos pelo táxi, o L. ligou para a oficina e disseram-lhe para chamar a assistência em viagem para rebocar o carro até lá.
Nada que eu não tivesse dito ontem, o que foi contrariado com um: 'A assistência em viagem não reboca de casa!'. 'E então o carro não pode avariar em casa?'- perguntei. 'É assim, com um carro que eu tive aconteceu isso!'
Hoje nem pestanejou... só engolia em seco e dizia 'Mas com o Polo disseram que...'- era o que dizia. 'Eu não disse nada!'-respondia eu.
No caminho para a fábrica, recebi um telefonema a pedirem para adiar as quatro reuniões, pois o moderador tinha o filho doente e tinha de ir ao médico e como não estava a conseguir contactar toda a gente pedia-me que o fizesse. Tive a mesma sorte. Metade das pessoas não as consegui contactar!

Depois da viagem do táxi, entre os telefonemas e o taxista a contar as aventuras dele para chegar depressa a minha casa. 'Cheguei depressa, não cheguei?!'- era a pergunta que fazia sempre que apanhava uma fila e aproveitava para relatar mais um bocado da viagem dele até minha casa. Aqui o L., que não se apercebeu que eu afinal tinha a manhã livre, ou antes com mais flexibilidade, decidiu ligar ele para a assistência em viagem. Ligou-me primeiro para saber o número do telefone. Mandei-o à net. Depois queria saber o número da apólice. 'Está no carro.'-respondi- 'Dá a matricula do carro que eles chegam lá'- ajudei, ou não fosse quem fizesse sempre isto!
Por volta das dez horas, telefona-me, mais uma vez, a dizer que está tratado e para eu dizer quando podia ir a casa. Disse-lhe que ia ler emails e depois ligava.
Meia hora depois ligo e diz-me que está numa pequena reunião e que já me ligava. Entretanto ia pedir a um colega que nos levasse a casa.
'Atenção, não podemos ir muito perto da hora do almoço, senão apanhamos a oficina fechada'- avisei- 'Está bem, é só acabar isto e já vamos.'.
Ligou-me, faltavam quinze minutos para o meio-dia.' O S. vai-nos levar a casa.'
Eu não disse nada. Sabia que havia resmunguice. Só lhe disse que fosse ligando para o reboque para que não esperássemos muito. Quando chegou à minha beira ainda estava a ligar. Mas pronto, chegamos ao mesmo tempo lá a cas. Nós e o reboque.
Era bateria. O homem do reboque pôs o japonês a trabalhar e lá andei eu a fazer rodinhas no largo.
Fomos à oficina. Fomos e voltamos com mesma bateria. Estava fechada para almoço. Ficou admiradíssimo! Não percebi foi se da oficina fechar à hora do almoço se de já ser hora do almoço! Não perguntei, pois fui atacada com um 'Não trato de mais nada. Sempre que eu trato das coisas correm mal! '. Eu só dizia 'Eu avisei!' Ele respondia: 'Pois como não é à tua maneira!'.
Pronto esta troca de galhardetes durou até à fábrica, onde tive de procurar um lugar meio inclinado para 'aparcar', como diz o meu colega da frente, e tratar de saber quem tinha cabos de bateria. Uma mulher prevenida vale por duas!
às três horas lá voltamos à oficina depois de o japonês pegar à primeira e, sem dramas, ter-se trocado a bateria. O drama foi mesmo ter de apagar, mas pronto, podia ser pior!

Se ele tivesse acreditado em mim e me tivesse ouvido, ontem tinha ido ter com o vizinho, que por acaso é mecânico, tinha-lhe pedido para carregar a bateria. O japonês ficava na rua e hoje de manhã tudo se resolvia mais rapidamente. Mas não o que eu digo ninguém ouve!

E a prova de que ninguém me ouve é que no trabalho ando a tentar falar com o chefe desde sexta de manhã e ele não quer saber. É um assunto que não vou aqui expor, mas é daquelas coisas que podem trazer paragem de clientes. E como não me queria ouvir, enviei um email com conhecimento de alguém mais graúdo. Amanhã já vai haver uma reunião de emergência! Reunião de emergência?! Há todos os dias! Só para ver que o assunto é de baixa importância!

E é assim. Sou uma incompreendida. Sou um Calimero!
Aviso, não me ouvem e depois ainda sofro as consequências da surdez dos outros.
Quem teve de ficar em casa o Domingo inteiro? Fui eu!
Quem vai ter de andar a correr a ouvir más-vontades dos colegas? Sou eu!

Quando é que esta gente se vai decidir ouvir-me e acreditar em mim?

1 comentário:

Alberto Velez Grilo disse...

Cego é aquele que não quer ver. Neste caso, surdo é o que não quer ouvir.