Nenhum homem é uma ILHA isolada; cada homem é uma partícula do CONTINENTE, uma parte da TERRA; se um TORRÃO é arrastado para o MAR, a EUROPA fica diminuída, como se fosse um PROMONTÓRIO, como se fosse a CASA dos teus AMIGOS ou a TUA PRÓPRIA; a MORTE de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do GÉNERO HUMANO. E por isso não perguntes por quem os SINOS dobram; eles dobram por TI - John Donne
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Quinta, Lugares Cruzados VI ( A Nossa Casa)
A nossa casa, poderá ter muitas conotações.
Será, no sentido lato, o nosso domicílio, o local onde vivemos. Fria, esta definição! Faz-nos sentir desprotegidos. Arrepia!
A nossa casa poderá ser a cidade, a vila, a rua, a casa que nos viu nascer, crescer.
A casa onde brincamos, onde namoramos e de onde saímos para formar um novo lar... a casa que nos abafou tantas lágrimas, risadas, nos protegeu das trovoadas, dos ventos e nos poupou ao frio.
O sítio, onde nos reunimos com os entes queridos para festejar o Natal, a Páscoa, aniversários. Onde esperamos por notícias, onde nos refugiamos quando estávamos mal, onde recuperamos energias, onde tomamos decisões sobre a nossa vida.
A nossa casa é o sítio onde podemos ter todas as nossas manifestações, sem ter que dar satisfações.
A nossa casa é o sítio onde nada nos acontece.
A nossa casa é o nosso porto de abrigo.
Muitas serão as nossas casas, os nossos lares. E usando frases feitas: ' A nossa casa é onde nos sentimos bem.'
Mas em todas elas vivemos a prazo. Começamos por uma pequenina, de onde temos de sair, porque já não cabemos: o ventre da nossa mãe. Esse é sem dúvida o melhor dos melhores. Aí não há preocupação, fome, medo, temporal que nos chegue. aí a nossa única preocupação e a de nos irmos moldando ao espaço e mesmo esse cresce connosco.
PAra muitos, esse será o único lar que conhecerão ao logo das suas vidas.
Nunca mais serão acarinhados, nunca mais serão aconchegados.
E muitos os têm que abandonar durante as suas vidas em busca da sobrevivência.
Emigram, ficam longe das famílias, não conseguem, não querem criar raízes, sentir o aconchego; e vivem da contagem do tempo que falta para o regresso ao lar, à casa que foram obrigados a abandonar.
Outro há, que cortam o cordão, que na desilusão do abandono contrariado, se afastam, rejeitam e lhes viram as costas, passando a viver amargurados com as recordações que se recusam também a partilhar e aceitar.
Todos os lares são temporários, tal como a nossa passagem por aqui. Tudo passa e nós passamos por tudo, até ao dia em que todos voltamos a ter uma casa, um lar.
Esse é vitalício, dizem.
E você, Alberto, onde fica a sua casa?
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