O maior vulcão da Islândia, o Hekla, entrou em erupção nesta segunda-feira à tarde. A notícia é falsa. Surgiu ontem no Twitter e, em pouco tempo, já estava espalhada em toda a Web. Ao princípio da noite, o facto já tinha sido desmentido pelo Instituto de Meteorologia da Islândia.
Um erro da televisão pública do país que está na ordem do dia por ter fechado o espaço aéreo europeu com as cinzas do vulcão Eyjafjallajokull foi o que bastou para que a notícia de uma segunda erupção, a do Hekla, tenha sido divulgada no site de microblogging Twitter pelo utilizador @breakingnews.
De acordo com o Huffington Post, foram feitos mais de 600 retweets da mensagem original, que acabou por chegar aos meios de comunicação, como o site norte-americano da MSNBC ou o italiano Ansa. Uma hora depois o mesmo utilizador do Twitter desmentiu o acontecimento.
“Um pau de dois bicos”
“O Twitter tem sido uma armadilha fatal para os jornalistas”, diz ao SAPO Helder Bastos, professor de ciberjornalismo da Universidade do Porto. O especialista considera que o Twitter “é uma espécie de pau de dois bicos”. “É um fabuloso instrumento de breaking news mas pode ter um efeito boomerang para os jornalistas”, repara.
“A ferramenta nunca pode ser usada como fonte segura mas sim para dar dicas ao jornalista”, nota Helder Bastos, relembrando que já aconteceram casos semelhantes despoletados pelo Twitter, “como mortes de jogadores de futebol e actrizes”.
Antes mesmo do Twitter, os media online já enfrentavam o problemas de divulgação de falsas notícias por causa da necessidade de “serem os primeiros a divulgarem os acontecimentos sem antes confirmarem os factos e cruzarem as fontes”, sentencia o autor da tese de doutoramento “Ciberjornalistas em Portugal: Práticas, Papéis e Ética”.
O vulcão na Web
Em todo o mundo mais de seis milhões de passageiros foram afectados pela nuvem de cinzas do vulcão Eyjafjallajokull que entrou em erupção a 14 de Abril e há cinco dias está a provocar um cenário de caos principalmente no espaço aéreo europeu.
Nos meios de comunicação online encontram-se aplicações multimédia que explicam os pormenores da erupção, como esta infografia do Guardian, ou mostram imagens do acontecimento, como este vídeo da BBC ou esta galeria de fotos da SIC. O Libération fez ainda uma reportagem sobre a dificuldade de pronunciar o nome do vulcão.
E pois, já diz o ditado:' A cada ponto acrescenta-se um ponto'!
E claro que as redes sociais não iriam ser excepção, assim como não estarão fora do alcance dos boateiros!
Frases como: 'Na net tem..'; 'Se é assim deve estar na net...'. Pois estará concerteza, mas mais do que esperado, muitas vezes, e cada vez mais!
É cada vez mais frequente começar uma pesquisa com uma dúvida e acabá-la com um 'nó cego na cabeça', tal é o volume de informação e desinformação que lá se encontra!
O Twitter, o protagonista desta notícia será um exemplo disso. Afinal cada um pode dizer o que quiser, quando quiser de uma forma anónima ou não. Muitas vezes os registos são encobertos por nicknames, que protege o autor da informação e o faz sentir-se com plena liberdade para dizer o que bem lhe apetece...
O memso se passa no Facebook, nos blogues e em sites, onde consegue manter o anonimato sem necessidade de ser um génio da informática. Claro que há, e cada vez mais sofisticadas, ferramentas de detecção e localização, mas, e mais uma vez, voltando ao dito popular: 'Quando sai uma lei, arranja-se logo dez formas de fuga!'
Mas esta questão da informação falsa e, ou, adulterada pode ter consequências graves. Se os jornais, onde quem escreve tem que 'dar a cara', já só escrevem a verdade deles, tão bom será dar asas à imaginação debaixo da capa de um nickname!
E lembrei-me agora do quanto uma falsa noticia ou informação podem por um país em estado de sítio. Numa época em que a net era algo de muito distante, alguém um dia resolveu anunciar no rádio o fim do Mundo. Foram horas complicadas as seguintes... lembram-se??
E você Alberto, o que acha do Twitter ?
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