terça-feira, 22 de junho de 2010

Terça, Flashback XII (Frida Kahlo)

Da minha grande 'convivencia' com a (falta de) saúde, nos últimos dias; trazer Frida Kahlo ao 'flashback' será propositado...


Não, nem faz anos que nasceu, nem que morreu.
Simplesmente apeteceu-me falar dela.Filha de um fotógrafo judeu e de uma mexicana mestiça, cedo começou a ter sinais de que a sua vida não seria um conto de fadas.
As suas longas e exóticas saias mexicanas, tornaram-se sua imagem de marca, fazendo moda na época. Poucos sabiam é que Frida as usava, para encobrir a atrofia numa das pernas provocada pela poliomielite aos seis anos de idade.
Há biografias que fazem alusão a um acidente de autocarro, que lhe provocou uma fractura na bacia. Como consequência dessa fractura ficou impedida de ter partos normais, pelo que foi aconselhada a não engravidar. Esse mesmo acidente fê-la desistir de um outro sonho: ser médica.
A obra, 'A Cama Voadora', pintado em 1932, retrata bem a dor de Frida pela incapacidade de ser mãe.Casou com um artista, o muralista Diego Rivera, esteve grávida várias vezes, mas nunca foi mãe, as sequelas do acidente nunca lhe permitiram levar uma gravidez até ao fim.
A sua vida sentimental foi também muito atribulada. O seu casamento foi recheado de relacionamentos extra conjugais, tanto por parte dela como do marido. Ambos aceitavam essas relações, excepto as de Frida com outras mulheres. Frida era bissexual.




Sendo muitas auto-retratos, todas as suas obras são episódios marcantes da sua vida, daí o ter afirmado sobre a sua obra: pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.
Frida foi encontrada morta em sua casa, em 1954.
Apesar de a certidão de óbito atestar embolia pulmonar, por escritos dela, supõe-se que se tenha suicidado.
"Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar -
Frida"Nasceu e morreu no mês de Julho: 6 de 1907 e 13 de 1954

Frida pintou o quadro O Hospital Henry Ford, também conhecido como A Cama Voadora (1932). O quadro mostra a pintora deitada no leito do hospital, localizado em Detroit, EUA.
Flutuando sobre o leito, pode ser visto um feto do sexo masculino, um caramujo e um modelo anatómico de abdómen e de pelve.
No chão, abaixo do leito, são vistos uma pelve óssea, uma flor e um auto clave. Todas as seis figuras estão presas à mão esquerda de Frida por meio de artérias, de modo a lembrar os vasos de um cordão umbilical.
O lençol sob Frida está bastante ensanguentado. Seu corpo é demasiadamente pequeno em relação ao tamanho do leito hospitalar, de modo a sugerir seu sofrimento e sua grande solidão.
Do olho esquerdo de Frida goteja uma enorme lágrima, simbolizando a dor de uma mãe pela perda do filho; a pelve óssea é um testemunho da causa anatómica da impossibilidade de ser mãe.

O chão sob o qual Frida repousa encontra-se todo fendido, rachado, simbolizando as fracturas nos seus ossos.
Sobre a maca, ela deixa à mostra as regiões lombar e pélvica, nas quais pode-se ver a incisão sangrenta feita para a osteo síntese vertebral, e outra incisão oblíqua na projecção da crista ilíaca direita, de onde foi retirado o osso para enxertia.
A Árida sentada ao lado da maca com vestimenta tendo segura na mão esquerda o colete ortopédico que ela sonhava abandonar quando estivesse curada.
Na mão direita, ela agita uma bandeirola que dá nome ao quadro.
Para fazer este post para além de andar pela minha memória, andei por aqui e por aqui Fica ainda uma imagem da Casa Azul, a sua casa familiar, que quatro anos após a sua morte foi transformada em museu.


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