domingo, 7 de novembro de 2010

Trinta anos perdido

Ontem no cabeleireiro a empregada queixava-se que a casa dela teria buracos, pois perdeu a aliança de casamento e não há meio de  encontrar.
E como sobre objectos perdidos todos  todos temos uma história nossa, ou dos outros, para contar, das muitas que ouvi naqueles minutos, esta foi das mais lindas. 

Há mais de trinta anos, a empregada interna de uma casa de médicos em Braga, é pedida em casamento pelo rapaz  com quem namorisca há já uns tempos. O rapaz, para oficializar o pedido oferece-lhe um anel de ouro. 
Dias depois a rapariga perde o anel. Procura-o, queixa-se à patroa, mas nada.
Foi um desgosto grande, a perda do anel. Muito valor sentimental a sobrepor-se ao monetário.

Casam, vão viver para uma casa a alguns metros da dos patrões da rapariga, para quem ela continua a trabalhar.
Do anel, que poucos viram, só a patroa para além dos noivos; fala-se m família nas datas que assinalam os aniversários do casamento do casal... ou quando algu´em se lamenta sobre a perda de algo.

Passam três décadas. Da casa dos patrões, resta a patroa, que decide fazer obras na casa para receber a neta,  que entretanto casou e vai irá viver para lá. 

Um dia batem à porta da ex empregada. Era a patroa. Na mão traz uma caixinha de ourivesaria, que entrega à empregada. Era o anel. Um dos trabalhadores das obras encontrara-o. A patroa logo o reconheceu e tratou de o devolver à dona.

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