quinta-feira, 31 de julho de 2008

Já chegamos à Madeira

Quando era miúda e, nas minhas brincadeiras 'esticava a corda', o meu pai costumava dizer:
-
Como é, menina? Já chegamos à Madeira?
Hoje poder-lhe-ia responder:
-Já, e agora até de barco!
O retorno é melhor não imaginar, pois não é o que interessa para aqui...

Lembrei-me desta frase a propósito da nova forma de viajar para a Madeira: via marítima. Tenho uma amiga que, a tudo estar a correr conforme o planeado, está no Funchal neste momento. Foi de barco e levou o carro! Segundo ela, o barco sai do Algarve, pode-se levar o carro e é uma viagem que dura 21 horas. Quem quiser poder reservar um camarote, ou então, ficar-se pelas cadeiras espalhadas pelo deck do barco.
Isto é o Novo Segmento de Turismos, como lhe chamou a Lenca aqui no 'Ler Devagar' .
Estou curiosa para saber como foi...depois eu conto a 'visão' do lado de cá!

5 comentários:

Alberto Velez Grilo disse...

Pois para mim, que vivo na Madeira, para ou bem ou para o mal (risos) a viagem de barco não me atrai absolutamente nada.

Vou passar uns dias ao Alentejo e os meus amigos têm-me perguntado porque não vou de barco e levo o carro.

Eu costumo responder que essa seria uma forma terrível de começar as férias. 21 horas dentro de um Ferry (atenção que não é um navio de cruzeiro) e depois mais 300 km desde o Algarve até casa dos meus pais.

Adoro aviação e adoro voar. Detesto conduzir e não simpatizo muito com barcos...

Para mim não serve. Mas já ouvi muita gente dizer bem. Aliás é bom se, por algum motivo precisamos de levar o nosso carro para o Continente, porque evitamos os transitários...

Quanto à abordagem da Lenca, concordo até certo ponto. Uma das características do turismo no Algarve e no Sul de Espanha e a sazonalidade. Aqui não existe sazonalidade, a não ser em meia dúzia de dias na passagem de ano. Isto é muito bom, porque praticamente a vida da cidade é igual ao longo de todo o ano, com um fluxo turístico mais ou menos constante. O tráfego automóvel que começa a ser caótico, pode também sofrer com essa situação...

Mas, aguardemos. Espero que quem usar o Ferry goste e aproveite ;)

Reflexos disse...

Eu no seu caso também não prescindia do avião!
No caso da minha amiga foi mais pela experiência..
Agora o trânsito no Funchal...não quero imaginar :-(

Alberto Velez Grilo disse...

No DN Madeira de hoje:

O armador canário 'Naviera Armas' conseguiu nos oito primeiros fins-de-semana vender 35,5% dos 21.760 lugares que colocou à venda no mercado. Ou seja, 7.744 passageiros utilizaram o 'Volcán de Tijarafe' para viajar entre Canárias a Madeira e Portimão.

Nas viagens entre os dois arquipélagos e o Sul de Portugal, a 'Naviera Armas' só pode vender 472 lugares sentados e outros 208 com direito a cama, pelo que em cada viagem estão disponíveis 680 lugares. Iniciando a operação a 14 de Junho, o navio cumpriu 32 viagens entre os diferentes portos que liga, tendo transportado 7.744 passageiros e 2.173 veículos.

Tal como demonstramos no quadro que ilustra esta página, a viagem entre o Funchal e Canárias é a mais procurada, pois representa 35,6% (4.133) do total dos passageiros do 'Volcán de Tijarafe', havendo mais 107 passageiros a embarcar nos portos de Santa Cruz de Tenerife e Las Palmas (1.435) do que no Funchal (1.328).

Entre o Funchal e Portimão viajaram 2.134 passageiros, ou seja 27,5% dos passageiros do 'Volcán de Tijarafe', se bem que entre os dois portos portugueses tivessem viajado 53,3% dos passageiros do navio-ferry canário, pois no porto algarvio embarcaram 1.999 passageiros.

Com menos procura está a linha entre Canárias e Portimão, que com 848 passageiros deverá representar 10,9% dos bilhetes vendidos pelo armador espanhol.

Muito significativo é o número de viaturas transportadas (2173), com especial destaque para as que embarcaram no Funchal (673) e em Portimão (556), que superam as que iniciaram a viagem em Canárias (323) ou na Pontinha (213) a caminho de Canárias.

os dados: Passagens renderam 1,3 milhões de euros

O segredo é a alma do negócio e naturalmente que a 'Naviera Armas' não deverá ainda ter atingido o 'break even' - receita igual à despesa - desejado para a sua operação. Mas com 35,5% dos lugares vendidos, pode-se dizer que o negócio superou as expectativas pois este é já um número muito positivo.

A julgar pelos preços tornados públicos, o armador canário deverá ter encaixado cerca de 1,3 milhões de euros nestas primeiras 8 viagens. Entre a venda de bilhetes para passageiros (1,1) e viaturas (200 mil euros), não considerando a receita feita a bordo com a restauração - os passageiros passam uma noite e um dia a bordo - que neste caso poderá representar mais de 10% da receita total.

Segundo os dados apurados, a receita média - venda de passagens - deverá ter atingido os 40 mil euros/viagem, verba que não cobre, ainda, os custos operacionais. Porque um navio com as características do 'Volcán de Tijarafe' gasta cerca de 20 mil euros de combustível numa viagem entre a Madeira e Portimão, sabendo-se que os custos operacionais podem atingir outros 25 mil euros/dia.

Disto isto, o 'break even' não deverá estar longe de atingir, podendo a 'Naviera Armas' fechar o Verão com um saldo positivo, capaz de estimular futuros negócios já anunciados nestas páginas.

Miguel Torres Cunha

Time Traveller disse...

"Já chegámos à Madeira"? Lol Essa nunca tinha ouvido mas fez-me lembrar uma que há mais de 20 anos não oiço "A conversa ainda não chegou à cozinha!" Lol

Reflexos disse...

'A conversa ainda não chego à cozinha' também conheço...mas a da Madeira quando era usada as coisas estavam a ficar más!
Boa semana