Apesr de preferir a prosa à poesia, não quero deixar passar em branco, aqui no blogue, o dia 21 de Março, dia da Poesia.
Deixo, então, um poema da minha escritora/poetisa preferida: Sophia de Mello Breyner...
Retrato de uma princesa desconhecida
Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
Nenhum homem é uma ILHA isolada; cada homem é uma partícula do CONTINENTE, uma parte da TERRA; se um TORRÃO é arrastado para o MAR, a EUROPA fica diminuída, como se fosse um PROMONTÓRIO, como se fosse a CASA dos teus AMIGOS ou a TUA PRÓPRIA; a MORTE de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do GÉNERO HUMANO. E por isso não perguntes por quem os SINOS dobram; eles dobram por TI - John Donne
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2 comentários:
Fascinante...
Adoro tudo o que tem a ver com poesia, e gosto muito das Poesias e das obras desta grande escritora Sophia de Mello Breyner Andersen.
Bom gosto, muito bem.
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