Este dia vai ficar na minha memória como o dia em que me senti uma mistura de Mr Bean com emplastro.
Tudo começa com a roupa, sempre um elementos chave nestes acontecimentos. Eu sem arranjar um modelito de meu agrado, optei por levar pela terceira vez o mesmo vestido a um casamento: um vestido preto, comprado há dois anos, que estreei no casamento de um outro Ricardo.
Mas como diria Ivone Silva, aquela grande personalidade do mundo do espectáculo 'com um simples vestido preto nunca me comprometo!'
E assim foi, outros sapatos, outra carteira, outros colares e o mesmo xaile, o da bisavó para proteger do frio da noite.
Fui ao cabeleireiro de véspera fazer o trabalho de fundo e no dia voltei lá para o penteado e a maquilhagem.
Isto depois de , depois de antes ter calcorreado as ruas da cidade em busca de uma flor para o cabelo. Sim porque já que levava um vestido com três anos e um xaile com 150, alguma marca do presente teria de lá estar.
Até aqui a normalidade esteve presente. O pior veio depois do almoço, quando os colares não estava a assentar como eu havia idealizado, o fecho do vestido quase a rebentar. Não, não engordei, Foi só o fecho que ficou preso no forro do vestido!
Enquanto isso o L cirandava à minha volta, ora a perguntar pelo fato, ora pela camisa, pelos botões de punho, pelo relógio. E por falar em relógio, o tempo a passar e a começarmos a ficar atrasados! Nervos e sair de casa já com neura e com a sensação de que falta algo.
Já no carro, como se não bastasse o atraso, ainda ter de espera que o GPS localizasse os satélites para que a 'Catarina' me indicasse o caminho.
Antes tivesse a Catarina apanhado a gripe A e não saído de casa! Mandou-nos pela auto estrada e quando demos conta Guimarães estava para trás.
Coordenadas erradas! Com a Catarina encafuada no porta luvas, procurar a saída para Guimarães, seguir as indicações do hospital, depois centro e finalmente a Pousada de Santa Marinha. Fácil, não tivesse eu já lá passado três dia, de trabalho, mas inesqueciveis.
Chegamos 35 minutos atrasados, no preciso momento em que a noiva saia do carro. Para não incomodar e não estragar aquele momento único à noiva, deixei-me ficar parada a um canto até que ela entrasse na igreja. Poderia muito bem entrar depois...
O senhor que manda nos casamentos é que não pensou o mesmo e com a maior cara de pau, vira~se para nós e diz:'Entrem, nós temos tempo. Venham com calma!'. E pronto, que fazer? Acatar as 'ordens' dele! Ainda houve tempo para dar um aperto de mão apertadinho à noiva e entramos.
Entramos com o olhar de TODOS os presentes na igreja em nós! Era suposto entrar a noiva! Vá lá que não tocaram a marcha nupcial... só faltava!
Na tentativa de minimizar o efeito, sentamos-nos no primeiro banco que encontramos e deixamo-nos lá ficar quase sem respirar, sossegadinhos.
Pois, mas foi só até a noiva chegar ao altar porque depois decidimos, pelo carreiro junto à parede ir para junto dos nossos amigos que estavam mais à frente. Igreja escura, o L. a ver mal, só podia! O L. mandou uma joelhada num banco e mais uma vez, desta só quase, toda a igreja com os olhos postos em nós!
O casamento correu bem. Nós ficamos quietos e o padre era uma pessoa muito directa e sem papas na língua. Quando foi a troca das alianças, ironicamente, pediu autorização ao fotografo para o fazer:' Pode ser agora, ou tenho de esperar que se ponha a jeito?' A brincar, a brincar foi dizendo umas assim! É bem feito!
O coro surpreendeu pela positiva. Foi qualquer coisa de extraordinário, ou não fizesse parte dele um amigo nosso! Teve um momento do Pai Nosso cantado que ainda me arrepio só de pensar! Bom, muito bom, mesmo!
À saída... pois à saída, foi tudo normal.Os noivos saíram depois de passarem pela sacristia.. Atiramos flores e eu estava com sede. E como tinha uma garrafa de água, ainda fresca no carro, resolvi ir buscá-la. E fui. E quando voltei estavam todos nos degraus da igreja a tirar a foto de grupo, com o fotógrafo, mais uma vez, a mandar naquela gente e toda, como se fossem ovelhas num rebanho!
Deixei-me ficar do lado de cá da câmara até os meus amigos me verem e começarem a chamar por mim. Só tive tempo de por o dedo à boca a manda-los calar, não fossem os noivos aperceberem-se e aí sim, o noivo era menino para parar tudo e 'mandar-me' para lá!
Escrever este post está a ser também, uma aventura. Comecei-o no Domingo de manhã, peguei nele na segunda-feira à noite, o computador encravou, tive de o reiniciar e quando voltei às mensagens, muito ficou por gravar! Nem queria acreditar!
E como o post já vai longo e a hora também, deixo umas fotos e o resto para um outro dia, amanhã, quem sabe?O Penteado. Estava bonito, a foto é que nem por isso... tirada a mim própria, melhor era impossível!
A Igreja e o Céu, que estava de um azul perfeito!
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