sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Falar é Que a Gente se Entende...

-Boa tarde, Menina. A sua presença é uma bufada de ar fresco nesta sala. Espero bem que este meu comentário não lhe tenha roubado a boa disposição adquirida ao longo do dia! Antes de mais peço desculpa pelo atraso, mas estou com izaqueca e fui ao médico.

-Sim e que te receitou o médico?
-Nada, porque a minha médica não estava, tinha ido para um semanário.
-Sim, mas vamos então tratar do assunto?
-Sim vamos, tenho um email, que mais parece um testemunho. Mas olhe que o tenor dele é muito grave. Se bem que eu sou lego na matéria.

-Mas o senhor tem de resolver essa questão!
-Está bem, mas o meu nome é António, não Jesus Cristo!
-Mas Sr António, nõ pode ser assim.
-Menina, eu cifrei que era assim!
-Mas já leu o email todo? Há uma parte onde diz que…
-Já estou a ver! Eles pensam que as peças chegam na caminheta do Bom Jesus! As peças chegam da Tunésia!
-Mas nós temos de produzir amanhã!
-Não podemos fazer ovos sem gemas! Vocês estão a querer montar o cavalo por trás!
-O cliente está à espera…
-Não é possível! Partindo do sobreposto que as peças chegam amanhã, temos a birucracia da alfândega e o planeamento!
-Mas se as peças chegarem amanhã, podemos...
-A Menina está a fazer uma constelação! Temos de ter cautelas! Eu sei que o problema é cónico,mas…
-Então leia melhor a informação…
-Com tanto email e papel qualquer dia abro aqui uma tipografa! Está no email ou nesta papelada?
-Está no email…
-Ah, está aqui...o gajo está com as cuecas a arder!
-Mas está a ver o que ele diz? Se nós não enviarmos…
-Ah, é este senhor que está a reclamar? Ele é parito em armar confusão!
-Mas não é só ele…
-Eu aqui só estou a ajudar, estou no papel de benedito! E mais a mais a situação até está pataca.
-Também temos de ver a situação...
-Calma, eu não sou multifunções. Não sou gaja nem loira!
-E então que fazemos?
-A menina não sei, mas eu vou para casa, tomar um whisky de esmalte e comer um queijinho mostarela para enganar o meu estômago até à hora do jantar...

-E que fazemos com isto?
-Com este papel, vou arranhjar uma contura para a dependurar na parede e vai ser em magoni, que fica bem com a mobília!
-E vamos acabar por hoje, este nosso encontro público, que acho que a izaqueca é um virus que anda aqui em incubencia!
-E que digo ao cliente?
-Que postumamente recebe a encomenda! Estou paraplexo com a sua falta de memória! Olhe tenho lá em casa umas que não se deixam montar porque são corsário… vou trazê-las para lhas montar!

-Mas, ó Sr António, se o cliente disser que nos vai debitar as perdas…
-Esta parece a história do roto a falar para o cego! Está com medo, é? Vais ser preciso comprar para os dois um paquete de pampas? Um para si e outro para aquele Meki!

-E se pedirmos uma via aérea?
-Só se usar o dinheiro do seu migalheiro para pagá-las!
-Então não sei. Ainda não sei o que se passou ao certo…
-Nem eu, chamem o Monta Flores para investigar...
-Quem?
-Sabe que mais? Vocês não se entendem! Eu peço alhos, você percebe bogalhos e no fim o cliente recebe cebolas!
-Mas..
-Vá lá à Ásia e resolva o problema. Eu cá não vou… não gosto de comida asaca. Prefiro ficar por cá com o meu queijinho mostarela e o meu whisky de esmalte!

-Então não fazemos nada até nova informação?
-Confirmativo! Vocês parece que me querem é meter no casaco dos tolos!
-Mas eu estou preocupada!
-Sem comentários... vocês deixam-me de boca aberta com as moscas a entrar...


Para a Fábrica de Histórias

1 comentário:

Reflexos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.