sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Voando entre a Realidade e a Ficção

Por causa da neve, em Novembro de 2005 , perdi um voo de ligação Paris-Stuttgart.
Das muitas aventuras que eu normalmente tenho quando viajo, esta foi a mais tudo!
A reacção dos meus colegas quando sabem que vou viajar é logo: 'Vamos lá ver o que acontece destas vez!'

Bom perdemos o avião e como era o último voo para Stuttgart, tivemos que passar uma noite em Paris, num hotel custeado pela Air France.

Das condições e da forma como fomos tratadas ( eu e a minha amiga), não vou falar desta vez… para além do normal nestes casos mas, fica para a próxima!

Era noite, fomos para o hotel, jantamos e no final do jantar, fomos tomar café no bar do hotel com as outras pessoas que estavam na mesma situação.

Eu e a minha amiga, uma senhora emigrante em Stuttgart, dois homens que iam a Stuttgart à Mercedes comprar carros e uma rapariga que estava a caminho dos EUA para se encontrar com o namorado.

Tudo começou, porque a rapariga, que se chamava Soraia, não tinha euros, não tinha saldo no telemóvel e o cartão que a Air France lhe havia dado para telefonar tinha sido 'comido' pelo telefone do hotel.

Um dos dois homens, o Mário, e o único com telemóvel, emprestou-lhe o telemóvel para que ela pudesse avisar a família. Ela ligou, mas ninguém atendeu, nem de Portugal, nem dos EUA.

Estávamos, então todos sentados no bar a falar da nossa aventura e das consequências do atraso, quando o telemóvel do Mário toca. Ele olha, não conhece o número, entrega-o à rapariga enquanto diz:

-Deve ser para si, não conheço o número…
A rapariga pega no telemóvel, atende e então:
-Sou a Soraia.
-…
- Não conhece nenhuma Soraia? Ah, pois, um momento.
Entrega o telemóvel ao Mário e diz:
-Não é para mim!
O homem decide atender e:
-Sim? Ah, és tu! Sim está aqui comigo… vou passar!
Passa o telefone ao amigo, enquanto diz:
-Afinal é para ti!
O segundo homem, olha para o número, fica pálido e diz:
-Mas é o número da minha mulher!
O amigo diz-lhe:
-Então atende!
Começa então o caricato da história:
- Ah, és tu filha! … a mãe, onde está? Ah, está a tomar banho!?
A cor do seu rosto ia alternando entrei o vermelho e o branco, conforme as respostas que recebia…
- Perdemos o avião para a Alemanha… estamos em Paris… foi por causa da neve.
-….
- Ah, sim está aqui muita gente… eu depois explico melhor. A mãe ainda está no banho?
-…
- Então não lhe digas nada. O pai vai-te comprar o carro. Queres o classe A? Não te preocupes, mas não digas nada à mãe… o pai leva-te o carro…

Desligou o telemóvel e, pálido, vira-se para o amigo:
-Espero que a rapariga não diga nada à mãe, senão estou tramado! Como é que a minha mulher vai acreditar que fomos à Alemanha comprar um carro?! … então liga-me e atende uma rapariga… de Paris!

Foi gargalhada geral…ele continuou:
- Não estou a brincar...

Realmente, é difícil de 'digerir' uma história destas! Vai para a Alemanha, passa uma noite em Paris e quem atende o telefone é uma rapariga...

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