O L. já por mais que uma vez me acusou de ser 'fria', 'desligada' e egoísta.
Tudo isto porque perante situações adversas eu tento sempre desdramatizar e procuro o lado bom da questão. Claro que para ele será o 'menos bom'!
Não nasci assim, custou-me bastante chegar a este patamar. Foi uma auto-aprendizagem de muitos anos e de muito observar comportamentos, atitudes e momentos.
Desde miúda que sou muito observadora e muito ligada aos pormenores das coisas, das situações e das pessoas. Consigo ver o que os outros não vêm e muitas vezes, para mal meu, pois prejudica-me, consigo antever o desfecho dos acontecimentos! Não, não é nenhum poder sobrenatural, é pura 'matemática', saber somar dois com dois, ou não fosse a minha formação na área das ciências. E isto prejudica-me, porque assim como ando constantemente à procura do branco entre o negro, da luz no meio do escuro , dificilmente também me deixo deslumbrar por pessoas e situações. E claro, eu sou a sou a bruxa má, que no fim se vê obrigada a dizer algo de detestável : 'eu bem que disse!', ou então ouço: 'Tu bem que disseste!'
Voltando ao sofrimento por antecipação, eu não fui sempre assim. Lembro-me de em miúda, e mesmo já adolescente, sofrer imenso na véspera dos exames, na véspera das idas ao médico,... enfim, nas vésperas de tudo que saísse da rotina ou fosse decisivo para a minha vida ou dos meus.
Atrás de um 'E se..?', vinha o pânico, os suores frios, o negro, o escuro e não havia espaço para o ' Mas...'.
Tudo mudou. o exemplo mais recente é o da ida a um casamento em que nos enganamos no caminho. O L. entrou em pânico e começou a disparatar. Eu mantive a calma em relação à situação ( mas não em relação a ele, apeteceu-me mandá-lo janela do carro fora...) , dizendo que a noiva NUNCA chega a horas, que não éramos assim tão importantes que dessem por nós e que antes do fim da missa chegaríamos. A resposta foi, claro ' És uma insensível, não tens consideração por ninguém. Olha que isto é muito importante!'. Só se calou quando chegamos à porta da igreja e a noiva estava ainda a sair do carro!
Conclusão, sofreu para nada. E se as coisas tivessem corrido pior, ou seja, não chegasse a tempo, ou mesmo não fosse ao casamento ( cerimónia religiosa) , tinha sofrido duas vezes: antes e depois de acontecer. E eu? Sofri a chatice de o aturar, mas não sofri por algo que NÃO aconteceu!
Não é melhor assim? Para mim é, para os outros não e olhem que tenho sofrido sem ser por antecipação por isso!
(post escrito sob efeito de um cansaço recesso, já com bolor!!!!!!)
2 comentários:
Eu aprendi. e não foi há muito tempo, a não antecipar problemas, Digo muitas vezes aos que me rodeiam que "Isso é um problemas no qual só vou pensar amanhã, hoje ainda não é altura para isso".
Vivo melhor assim.
Pois, assim temos mais tempo para ver as coisas boas...
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