quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quinta, Lugares Cruzados VIII ( Lisboa)

Lisboa: foi escolha minha;
Lisboa: capital de Portugal;
Lisboa: conheço mal, muito mal. Para mim (quase) sempre foi ponto de passagem ou paragem rápida. Conhecerei melhor algumas cidades europeias, mais distantes;
Lisboa: ponto de paragem todos os Verões para visitar os padrinhos;
Lisboa: ponto de paragem todos os Verões para visitar a Marquinhas;
Lisboa: ponto de paragem todos os Verões para visitar a família do (não no) jardim zoológico;
Lisboa: ponto de passagem para uma férias no Algarve;
Lisboa: ponto de passagem pela Portela para voos indisponíveis no Porto;
Lisboa: onde agora vou por motivos diferentes. Já não há padrinhos, já não há Marquinhas e o Jardim Zoológico já não é o de outrora... nem ele nem eu!
Lisboa: ponto de paragem no numero 7 da Portas de Santo Antão para visitar o que resta do legado do Padrinho. Sim o Padrinho é o senhor que tem o nome nas garrafas da Ginginha e do Eduardiño;
Lisboa: ponto de paragem no restaurante espanhol do Padrinho;
Lisboa: ponto de paragem no numero 14 da Travessa do Forno, para visitar a Marquinhas;
Lisboa: ponto de dormida no número 21 da Almirante Reis, casa do Padrinhos.

Mas tudo isto é passado fechado no baú das recordações.
Já não há Padrinhos, já não há Marquinhas, já há voos de todo e para todo o lado pelo Porto e já se vai para a margem Sul sem passar por Lisboa.

Que gosto de Lisboa. Que gosto de lá ir. E que gostava de conhecer mais para além da Ginginha das Portas de Santo Antão, da Pastelaria Suissa, da Praça da Figueira, da rua Augusta, do Terreiro do Paço, da Estação de Santa Apolónia, do Largo Martim Moniz...

Que gostava de calcorrear, que nem em tempos fazia pela Ribeira e ruas do Porto; os bairros de Alfama, da Bica...

Que se me partiu o coração num dia de Agosto da década de 80 quando o país acordou com a notícia de que o Chiado estava a arder. Nesse dia perdeu-se, irremediavelmente, como só o fogo sabe fazê-lo; todo um capitulo da história do país... e a imagem do António Silva, do Ribeirinho, da Milu, do Curado Ribeiro dos míticos filmes dos anos 40 invadiam os meus pensamentos.

Que apesar de tudo não gostava de ter a vida que a maioria dos seus habitantes ( não dizer lisboeta é propositado) têm?

Que não me imagino a levantar-me todos os dias às 5h30 da manhã, passar duas horas no carro para chegar ao trabalho e ainda ter que andar meia hora à procura de estacionamento...

Que também não me imagino a saltar entre comboio e barco como alternativa.

Que não me imagino a fazer o mesmo no final do dia e deitar-me exausta já noite adentro depois de mais um dia de sobrvivencia.

Que brevemente irei a Lisboa, a uma exposição filatélica.
Que irei de comboio e que aproveitarei para lá passar uns dias.

É que eu gosto de Lisboa.
Lisboa faz parte da minha história. Faz farte das emoções de infância, em que 'ir a Lisboa' deixava-me sem dormir na noite anterior, punha-me dentro de um carro mais de cinco horas por uma estrada nacional...

Que ir a Lisboa me deixava num estado em que voltaria a ficar perante a perspectiva de uma viagem... à China... ou Nova York...

E você Alberto? O que lhe diz Lisboa?

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